Cães podem detetar covid-19 de forma mais eficaz do que testes PCR
Cães treinados detetaram a infeção por covid-19 em 97% dos casos sintomáticos e quase 100% dos casos assintomáticos. Estudo foi conduzido em Paris e já há países que adotaram o método de rastreio nos aeroportos
Cães treinados podem ser capazes de detetar uma infeção por covid-19 de forma mais eficaz do que os testes PCR que utilizam uma zaragatoa nasal, em pessoas sintomáticas e assintomáticas. Um estudo publicado na quarta-feira pela revista Plos One, e revisto pelos pares, concluiu que os cães foram capazes de detetar melhor a presença do vírus responsável pela covid-19 do que os testes antigénio PCR com recurso a esfregaço nasal. Nesta investigação os cães treinados foram capazes de detetar Covid-19 em 97% dos casos sintomáticos e em quase 100% dos casos assintomáticos.
“O cão não mente”, disse Dominique Grandjean, professor da Alfort National Veterinary School, em França, e autor do estudo, ao Science News, em declarações citadas pelo The Guardian. De acordo com o investigador, os testes PCR podem ter vários erros.
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Cães foram capazes de analisar 20 amostras em apenas 15 segundos.
O estudo contou com 335 participantes de centros de testagem de covid-19 em Paris. Dos participantes, 109 foram identificados como positivos, incluindo 31 que estavam assintomáticos. Os cães, fornecidos por quartéis de bombeiros franceses e dos Emirados Árabes Unidos, receberam entre três a seis semanas de treino e farejaram amostras de suor humano colocadas dentro de um cone. Se o cão conseguisse detetar a doença, sentava-se em frente ao cone.
Enquanto os testes PCR podem levar até dois dias para dar um resultado, os cães treinados, e que participaram neste estudo, foram capazes de analisar 20 amostras em apenas 15 segundos. Os resultados do estudo mostraram que os cães treinados foram mais sensíveis aos casos positivos e os testes PCR por via nasal detetaram melhor os casos negativos. Em dois casos falsos positivos, os cães identificaram outras estirpes de doença respiratória com o coronavírus, mas que não eram Covid-19.
Os autores deste estudo científico acreditam ainda que o uso de cães para detetar Covid pode beneficiar as pessoas que têm problemas para tolerar zaragatoas nasais, como os doentes de Alzheimer.
Os autores do estudo francês disseram que, em breve, mais cães poderiam ser utilizados para detetar a covid-19 em locais de testagem em massa, incluindo aeroportos. A concretizar-se, França poderia juntar-se aos Emirados Árabes Unidos e Finlândia, que já utilizam o método para identificar a covid-19 nesses locais.
Photo by Bruce Warrington on Unsplash
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