Sindicato contra decisão do INEM de pôr técnicos a desinfetar ambulâncias

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar criticou hoje a decisão do INEM de terem de ser os técnicos a fazer a desinfeção das ambulâncias, que era assegurada pela GNR, alertando para o tempo que a operação vai demorar.

Sindicato contra decisão do INEM de pôr técnicos a desinfetar ambulâncias

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar criticou hoje a decisão do INEM de terem de ser os técnicos a fazer a desinfeção das ambulâncias, que era assegurada pela GNR, alertando para o tempo que a operação vai demorar.

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O Jornal de Notícias avança na edição de hoje que as ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de Lisboa, onde se concentra agora o surto de covid-19, não saíram na segunda-feira em serviço enquanto os profissionais não viram desinfetados os veículos.

Técnicos de Lisboa recusaram-se a sair na segunda-feira

Em causa está o encerramento das linhas de descontaminação de viaturas e fardas, após a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR ter deixado de fazer tal serviço.

Os técnicos de Lisboa recusaram-se a sair na segunda-feira e exigiram a reposição do nível de desinfeção, refere o jornal, adiantando que, para ativar dois de seis veículos, o INEM teve de recorrer então a um privado, mas convocou os operacionais para comparecer hoje perante a direção do organismo.

O INEM explicou ao JN que quer que a desinfeção “volte à sua rotina habitual”, feita pelos técnicos, assegurando que estes têm “todos os equipamentos e produtos necessários para cumprir aquela que é uma das suas funções: garantir a manutenção e prontidão das ambulâncias”.

Contactado hoje pela agência Lusa, o presidente Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Pedro Moreira, questionou se a desinfeção feita pelos técnicos garante o mesmo nível de proteção do que a realizada pela GNR.

“Se o próprio instituto reconheceu a necessidade dessa desinfeção ser feita e garantida pela GNR com material e equipamento que por eles era prestado, e que agora não está a ser disponibilizado pelo instituto, interrogámos o que é que levou a isso” e se “garante o mesmo nível de proteção”, disse Pedro Moreira.

Por outro lado, alerta para o tempo que esta operação manual vai demorar em relação à realizada pela GNR, que “era uma “questão de minutos” e com “a garantia efetiva de todo o material e equipamento que estes usavam e o seu profissionalismo”.

“Se o processo pela GNR era um processo rápido em que a indisponibilidade das ambulâncias era de um tempo muito reduzido agora será um tempo aumentado, porque o processo de desinfeção sendo manual, contrariamente ao que estava a ser prestado pela GNR, acarreta uma consequência logo direta de um aumento de tempo já para não falar do local onde as ambulâncias são desinfetadas e todas as condições inerentes do processo no que diz respeito a todo material e ao equipamento de proteção para que isso aconteça”, frisou Pedro Moreira.

O presidente do sindicato alertou que a desinfeção ao ser feita pelos técnicos irá ser realizada “em locais muitas vezes públicos, com circulação de outras pessoas em que vão demorar muito mais tempo”.

Isto porque vão ter de desinfetar “todo o equipamento dentro da ambulância, um processo muito mais moroso em que coloca as ambulâncias inoperacionais por muito mais tempo”, insistiu Pedro Moreira.

O sindicato já comunicou a situação ao Governo, mas segundo Pedro Moreira ainda “não tiveram qualquer tipo de resposta”.

Em declarações ao Jornal de Notícias, Rui Lázaro, do STEPH, adiantou que “a GNR informou atempadamente o INEM para a necessidade de substituir a UEPS, porque tinha de estar disponível para os fogos a partir de 1 de junho”.

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