Bruno de Carvalho culpa jogadores por terem provocado situação na Academia

A 24 horas da final da Taça de Portugal entre Sporting e Desportivo das Aves, Bruno de Carvalho fala em ataque da comunicação social à sua dignidade, honra e familiares.

Bruno de Carvalho falou por mais de duas horas para esclarecer aquilo que considera ser «um ataque à instituição Sporting». Da taça de Portugal – a que não irá «por não estarem reunidas condições de segurança» – à vida pessoal – «a minha ex-mulher desapareceu com a minha filha Diana» –, o presidente do Sporting atira sobre tudo e todos. Acusa, por exemplo, Jaime Marta Soares de estar em conluio com o «rival» Benfica «numa campanha» para levá-lo à demissão.

«Esta campanha que se instalou chegou ao limite de hoje, na capa do Expresso, se dizer ‘Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença’»

«Temos medido as nossas palavras e ações nos últimos tempos. Não só porque há um jogo da Taça que tem de ser uma festa, mas também porque há uma série de coisas a decorrer que exigem de nós o máximo de serenidade, de responsabilidade.

«Mas hoje chegou a um ponto inaceitável. Somos pais, filhos, maridos. Temos a nossa dignidade, honra, respeitabilidade. Esta campanha que se instalou chegou ao limite de, hoje, na primeira página do Expresso, se dizer “Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença”.

«Temos primeiras páginas com caricaturas, onde estou com uma matraca, a dizer “Bruno deu aval a agressões”. Temos capas que dizem que os jogadores consideram uma afronta eu ir à final.

«Outra capa que diz que os jogadores não querem Bruno no Jamor. Outra, que tentámos comprar mais atletas e que faltam duas demissões para o Bruno cair.

«Falha de segurança na Academia e mais, mais, mais. Isto tem de ter o seu limite. Já não é uma questão de processos, é um total desrespeito pelas regras basilares da democracia, pelos princípios e direitos humanos.»

Só falta «entrar-nos por aqui, como naquele caso hediondo na Academia, um grupo de pessoas e arrancarem-nos partes do corpo»

«Estamos a ser alvos de bullying, terrorismo. Neste momento, a única coisa que falta é entrar-nos por aqui, como naquele caso hediondo na Academia, um grupo de pessoas e arrancarem-nos partes do corpo. Já sofremos tanto nas mãos das TV, dos comentadores, dos sportinguistas que estão a ser levados numa teia de perceções.

«Está no momento. Digo, para que fique claro, que vamos fazer um exercício que não queríamos fazer. Vamos tentar fazê-lo da forma mais responsável e cuidadosa. Tenho pena de que a comunicação social, assim como alertei os sportinguistas, esteja a contribuir para atos de verdadeiro terrorismo.»

«Seria bom que Álvaro Sobrinho pagasse o que deve ao Sporting»

«Holdimo é um caso muito curioso da comunicação social portuguesa. Álvaro Sobrinho era dos mais mal-falados, e ainda é. Só parou nesta semana porque passei a ser eu. Pelo BESA, pelo congelamento das contas, por dúvidas. Neste momento, aparece quase como um herói nacional.

«Aquilo que diz, afinal, tem relevância para a comunicação social, para a vida do Sporting. Quero dizer-vos que não tivemos um relacionamento especial com a Holdimo.

«Dos 20 milhões que colocaram na altura de Godinho Lopes, a única coisa que fez foi um encontro de contas que faltaram, de cerca de 500 mil euros.

«De resto, há muito tempo que, para nós, enquanto comissão executiva da SAD, a Holdimo devia ter vendido a sua participação, porque não é uma marca ideal para dar nome e prestígio ao Sporting.

«Quando fomos buscar Jesus, toda a gente dizia que era do dinheiro sujo do Álvaro Sobrinho. A partir do momento em que vejo alguém defender a Holdimo, um acionista que devia ter vendido a sua parte há muito tempo pelos constantes problemas que traz à marca do Sporting…

«Seria bom que Álvaro Sobrinho pagasse o que deve ao Sporting, ao clube. Era agradável. São cerca de 300 mil euros que não paga há cerca de ano e meio.»

«Ricciardi é o estratega de tudo o que se está a passar em conjunto com Álvaro Sobrinho»

«José Maria Ricciardi… As pessoas perguntam porque é que este homem está a pegar em pessoas que o apoiaram e fala deles. Têm de perceber que, durante estes anos, tive de aprender muito sobre a hipocrisia.

«É isso que dizem que os líderes têm de ter. Aprendi e fui sendo, a bem do Sporting. Sempre disse que era real que há uma parte do Sporting que nos recusa e recusará.

«Ricciardi é o estratega de tudo o que se está a passar, com promessas nos corredores de milhões no Sporting, em conjunto com Álvaro Sobrinho.

«A verdade é que milhões, em cerca de cinco anos, só recebi 500 mil euros. Foi tudo fruto do trabalho destas pessoas que estão aqui. Já dizem que têm milhões para o Sporting.

«Por é que Ricciardi mudou a sua posição e, com ele, tantos nossos apoiantes? Porque Ricciardi é um sobrevivente, um daqueles que vai passando pelos pingos de chuva, nem que tenha a família na cadeia.

«Ricciardi quis, com toda a força, assegurar que a sua nova empresa tratasse do empréstimo com o Montepio. Foi por nós estudada e recusada a proposta. A partir daí, Ricciardi entrou numa tremenda campanha vergonhosa, que culmina com “Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença”.»

Bruno de Carvalho diz-se «100% disponível para auxiliar a justiça»

«Vamos falar do sucedido [na Academia]. Vou tentar ser o mais cuidadoso possível, estando 100% disponível para auxiliar a justiça. Foi um ato bárbaro, de vandalismo, de terrorismo.

«Conseguiram aproveitar-se de um homem abatido, que estava em estado de choque na Academia, que disse isso. Mas tentaram, e conseguiram, colar na opinião pública que o que disse é que era chato.

«Conseguiram manipular as palavras, tirá-las do contexto e desonrar um homem honrado, que é digno e merecedor de respeito, que tem os seus direitos enquanto ser humano e presidente do Sporting.

«Um ato hediondo, mas que tem o seu início… Fala-se – um jornal… – que eu teria dado o aval às agressões, e que esse aval teria sido a 6 de abril.

«Aquilo que sabemos é que, na Madeira, houve atletas do Sporting que, infelizmente, por impulsividade, pelo seu temperamento quente, não conseguiram aguentar aquilo que é a frustração.

«Cuidado, não sou grande apologista, mas eu próprio sofri na pele contra o Paços de Ferreira, impropérios. Houve jogadores que não conseguiram aguentar. Confesso que os percebo, porque já passei por isso. É duro para pessoas de sangue quente, que se sentem injustiçadas. Têm de aguentar e aceitar.»

«Estava com a minha mulher a lutar pela vida da nossa filha»

«No final desse dia, disse que aceito os assobios. Acontece que nesse momento, e no aeroporto, foram trocadas palavras com alguma gravidade com adeptos do Sporting. Todo o ato de intimidação condenamos de forma veemente.

«Mas a verdade é que, sem o nosso conhecimento, foi dito, por um dos ex-líderes da Juventude Leonina, que iria na terça-feira falar com esses atletas que lhes chamaram nomes e que se viraram…

«Os atletas não têm culpa nenhuma do que se passou na Academia, foi um ato criminoso, mas teve uma origem, e não foi a 6 de abril ou a 7 de abril, quando estava a um dia de saber se a minha filha mais nova sobrevivia.

«O que menos me importava era o que estava a ser vivido contra mim e atos de intimidação. Estava com a minha mulher a lutar pela vida da nossa filha, que agora tem um mês. Não sabíamos se nascia ou não.

«Não fui à Madeira. Gosto de acompanhar as modalidades e havia competições a disputar. Era minha convicção que todos nós, depois do resultado de Alvalade contra o Benfica não ter sido positivo, que íamos à Madeira ganhar. Não ganhámos, não era expectável.»

«O dono do tal BMW que deixaram entrar na Academia diz que o responsável é Bruno de Carvalho. Mas porquê?»

«Puseram à noite um senhor qualquer a apontar o dedo a Bruno de Carvalho. O dono do tal BMW que deixaram entrar na Academia diz que o responsável é Bruno de Carvalho. Mas porquê?

«‘Porque promete que vamos ser campeões’. É um aproveitamento tremendo daquele jornalista. Foi manipulador daquele jornalista. Foi uma resposta encomendada e sem sentido.

«A verdade é que me atinge na minha honra e dignidade. O carro entrou, saiu. A polícia tem as imagens, garantidamente que não foi a direção da SAD a dar autorização para entrar.

«Em cinco anos, nunca houve um episódio destes na Academia. Tínhamos uma folha limpa em atitudes de violência. Ficámos manchados por um ato hediondo, mas onde não existe qualquer tipo, e lamento que a comunicação social e alguns sportinguistas, com o apoio da malha cartilheira do Benfica, uma campanha atroz, que diz que sou o autor, primeiro direto, depois moral e agora novamente direto.

Rui Patrício não pode dirigir-se aos adeptos no estacionamento do Sporting chamando-lhes nomes e dizendo que estavam pagos

«Já se falou em prova, testemunhos. Eu sou pai, os atletas são para mim família. Posso criticar, é meu dever criticar e cumprimentar e parabenizar, mas são família para mim. Jamais em tempo algum deixava que fizessem mal à minha família. Fala-se muito das rescisões possíveis de jogadores, criou-se uma campanha de pânico para que fôssemos varridos do Sporting.

«Os nossos jogadores são muito profissionais, têm brio. Por vezes, nos jogos, não dão tudo o que podem. Mas isso acontece um pouco a todos nós na vida.

«Mas pedir rescisão por um ato que começa numa rixa, como um termo que acho que os jogadores não perceberam o impacto, a dimensão, mas que pelos vistos teve. Começa nos jogadores.

«O Rui Patrício tem tempo suficiente e respeito-o. Ele disse-me que fui o único presidente a pedir para deixar uma camisola no museu do Sporting.

«É um jogador importante do Sporting. Não pode, não deve, nos estacionamentos do Sporting, dirigir-se aos adeptos chamando-lhes nomes e dizendo que estavam pagos. Falo quando chegaram de Madrid.

«Rui Patrício sabe mais do que isto. Não devemos entrar neste tipo de situações com os adeptos, temos de saber medir o que fazemos e dizemos.

«Alguma vez estou a dizer que isso merece um ato criminoso? Nunca. Mas de facto as coisas tiveram um início, e o início não foi no presidente do Sporting.

«Perguntei a um atleta se tinha noção do que era virar-se a um líder de uma claque e ele respondeu que tinha o sangue quente»

«Quando dizem que os jogadores podem pedir rescisão, quando vem Ricciardi fazer um exercício de drama, horror, que o Sporting ia falir…

«Afinal foi ele e os seus amigos, os mesmos que agora querem novamente vir para o Sporting, que faliram o clube. Segunda-feira, tive uma reunião com a equipa técnica e aí estiveram presentes todos os membros da comissão executiva. E depois com os jogadores e staff.

«Com os jogadores a conversa foi muito franca e aberta. Falámos do resultado da Madeira, mas que tínhamos de esquecer a frustração. Tinha sido muito pesado para o Sporting e para os sportinguistas, mas tínhamos de nos focar no que é um troféu que ainda podemos conquistar.

«Perguntei se estavam imbuídos desse espírito. Foi uma época desgastante e responderam que sim. Especificamente, fui perguntar a um atleta se tinha a noção do que era virar-se a um líder de uma claque.

«E ele respondeu que tinha o sangue quente. Disse-lhe que temos de ter atenção ao que fazemos. Falei com outro e perguntei “E tu”? – “Não, só fui ajudar”.

«Podia estar hoje como os atletas, com pontos ou fraturas»

«Virei-me e, em véspera do ataque hediondo, disse aos jogadores que se houvesse qualquer indício ou ameaça, que, por favor, transmitissem de imediato ao André ou a mim.

«Em momento algum, e tenho pena, me transmitiram que havia aquele encontro apalavrado para terça-feira. Eu, que fui tão franco e direto…

«Podiam ter dito “Já que está a falar nisso, atenção que está para amanhã”. Mesmo não sabendo disso, disse que às 16h00 estaria lá, à hora do treino.

«Só não estive, e já ouvi teorias mirabolantes sobre André Geraldes, porque saem as notícias do Chashball. Temos uma reputação, uma política de luta pela verdade desportiva e por tudo o que é corrupção.

«Estivemos reunidos com o gabinete jurídico, porque era um claro ataque ao nosso bom-nome. Só por isso não estive na Academia.

«O que significa que, de repente, por um ato que desconhecia na totalidade, podia estar hoje como os atletas, com pontos ou fraturas. Ia lá estar. Não tenho culpa das mentiras sucessivas do CM, que nos tira o foco do nosso trabalho. Ia lá estar.

«Raphinha sofreu situações verdadeiramente criminosas na Academia do Vitória»

«A maior parte dos jogadores nem percebe o que aconteceu. Todos são seres humanos, apesar de estes serem minha família e meus ativos.

«Acompanhei de perto que um dos jogadores, que será do Sporting na próxima época, Raphinha, sofreu situações verdadeiramente criminosas na Academia do Vitória esta época.

«Como não era o Bruno de Carvalho, Portugal não se sentiu vexado. Há muito a fazer na lei da violência desportiva. É por isso que estamos a apresentar propostas e a contribuir com as nossas ideias.

«Os jogadores não têm culpa, não se aperceberam da dimensão, numa conversa comigo não me alertaram. Seria impossível imaginar tal ato bárbaro e descompensado com aquele.

«Não quero acreditar que possa haver uma tentativa de rescisão por um ato que saiu dos próprios jogadores»

«Não quero acreditar, e já o disse a Joaquim Evangelista [Sindicato dos Jogadores], que possa haver uma tentativa de rescisão por um ato que involuntariamente saiu dos próprios jogadores.

«Lamento ter de falar disto antes da final da Taça. Não merecem nada do que se tem passado. Mas nós, Sporting, também não. Aquilo não é o Sporting e nunca mais será o Sporting.

«Mas estar a deixar alimentar esta campanha de terror, não só para me tentar imputar como autor, mas todo o silêncio que verifico sobre o assunto, dos jogadores que não me querem no banco…

«Tenho pena, porque volto a dizer que somos uma família. Muitas vezes me coloquei à frente de centenas de adeptos, em Chaves e em Portimão, para que nada acontecesse, protegendo os meus jogadores, dizendo que se alguém teria culpa era eu.»

Bruno de Carvalho diz ter «motivos para processos disciplinares» a jogadores, mas que não o fará

«Se quisessem fazer algo era a mim. Este silêncio tem sido ensurdecedor, lamento que se deixe cavalgar uma onda de pânico sobre os sportinguistas e sobre mim e todos os presentes.

«Teríamos, e não iremos fazê-lo, porque achamos que não é o caminho, motivos para alguns processos disciplinares perante o que aconteceu. Um crime daqueles, daquela magnitude, não merece que façamos isso. Mas não me venham falar de rescisões.»

«Tenho de lamentar a falta de solidariedade demonstrada para com este presidente. [E pelos jogadores que] sofreram horrores com o que se passou na Academia. Não pode, não deve, haver qualquer tipo de rescisão.»

«Aqui não há sacos azuis, verdes ou o que for. Não há atos de corrupção. Não há contactos com o Brasa. Não há emails»

«Aqui não há sacos azuis, verdes ou o que for. Não há atos de corrupção. Não há contactos com o Brasa. Não há emails. Não me falem em segredo de justiça porque isto também o está. Onde está o Brasa? Onde estão os emails a pedir nomeações?

«Não vos posso garantir nada. O que posso garantir é que os jogadores são a minha família, que escolhi, em cada modalidade. Saberemos, como sempre fizemos, gerir o Sporting perante qualquer adversidade que surja.

«Alertamos desde já que existem jogadores em choque, mas muitas vezes por trás do jogador aproveita-se emocionalmente um advogado ou um agente.

«Vocês sabem claramente as minhas posições com os bons e os maus agentes, as minhas lutas. Uma coisa garanto, o Sporting não ficará sem os seus ativos. Garantirá a segurança de todos e tomará as medidas internas para garantir que jamais volta a acontecer um ato destes.

«Não há corrupção, não há sacos azuis. O maior especialista de direito desportivo, Meirim, quando entro no futebol, a primeira coisa que faz é um artigo sobre o caso Bruma. E ganhámos. Cá estamos para trabalhar e garantir toda a paz e estabilidade. Não há, juridicamente, nenhuma razão para que os jogadores rescindam.»

«Jaime Marta Soares veio pedir-me uma cimeira secreta com o amigo Luís Filipe Vieira»

«Porquê os flick flaks de Jaime Marta Soares? Uns dias antes do apelidado ‘caso Madrid’, veio-me propor, a pedido de Luís Filipe Vieira, uma cimeira com ele.

«O presidente da AG do Sporting veio pedir ao presidente do Sporting uma cimeira secreta com o amigo Luís Filipe Vieira. Negada, aliás. Quando diz que não tem sido fácil falar com o presidente, confesso que nunca tinha dito tanto palavrão numa só frase para responder àquele convite.

«Claro que a relação passou a ser difícil, porque o simples convite é um ato de desrespeito. Passados uns dias, sabendo que lhe disse que ia ser pai, dá-me um grande abraço e diz “isso é que é importante”.

«No dia a seguir, estava a pedir a minha demissão. Estava eu a ir para o hospital. Diz que sofreu muitas pressões. Imagino de onde vieram as pressões. Um homem que disse a todos os canais que é de pontes… Devia ser um homem de bom-senso, que colocasse os direitos do Sporting acima de tudo.

«Não é mais do que um sobrevivente. Jaime Marta Soares apareceu, tipo emplastro, na Academia. Poderá perguntar se não tem direito de ir ver com os seus olhos a tragédia.

«Tem. Não tem é direito de mentir descaradamente. Mentiu. Disse que eu e Jesus trocámos parcas palavras, quando estivemos quase duas horas a conversar sobre o sucedido.

«Disse que todos os jogadores se recusaram a falar comigo, quando estive horas a falar com eles, entre eles Bruno Fernandes, mesmo à frente dele.

«Tive de estar a ser comido pelos mosquitos cá fora [depois de impedido de sair da Academia pela GNR]»

«Saí para fumar, saiu o nosso CSI da brigada da GNR, que disse “Peço desculpa, mas já ninguém pode sair”. Tive de estar a ser comido pelos mosquitos cá fora.

«Cada atleta, cada jogador, cada staff que vinha cá para fora não podia entrar. Relembro as palavras de Jesus ontem. Palavras que deu à SIC. “Quando vi a notícia de que tinha provas de que o presidente tinha sido o mandante, a primeira coisa que fiz foi ligar-lhe.”

«Se não há relação, se estamos todos nesta coisa terrível, por que é que me ligou às 10h30 da manhã? O team manager passei a ser eu, o interlocutor direto com Jesus.

«Vocês estão a participar no maior ato de terrorismo feito sobre uma pessoa e seus companheiros de equipa. Estão a ser coniventes, é a vossa retaliação pela última AG.

«Só lamento que os bons sportinguistas, sérios, estejam a ser enredados por um conjunto de calúnias que já levaram ao cúmulo de ter, durante hora e meia, dois jornalistas a baterem-me à porta de casa. Tivemos que chamar a polícia e ser identificados.»

«Isto começou com um golpe palaciano apoiado por Jaime Marta Soares, após a cimeira com Vieira»

«Portugal aproveitou para tentar destruir o seu enfant terrible. Já começou por uma intenção. Dizemos que os inimigos dos nossos amigos nossos amigos são.

«As pessoas não gostam que se afronte e que se diga a verdade sobre o Presidente da República. Andou comigo ao colo. Tenho pena que se tenha esquecido.

«Digo o que tenho de dizer sobre a Procuradoria, a FPF, a Liga, os Governos, sobre tudo. Isso não agrada. O português comum come e cala.

«Sinceramente, acho que neste momento isto começou como um golpe palaciano de uma oposição irresponsável, com o apoio de Jaime Marta Soares, que é ele quem rebenta a primeira bomba nuclear, após a cimeira com Vieira, com o apoio do nosso rival, Ricciardi e seus muchachos.»

«O ataque a Alcochete começa no estádio e há imagens, com vários jogadores a virarem as costas aos adeptos e a chamarem nomes»

«O ataque a Alcochete começa no estádio e há imagens, com vários jogadores a virarem as costas aos adeptos e a chamarem nomes. Não é bonito, mas temos de aceitar. No aeroporto também há imagens.

«Lembro-me de estar a ver preocupado. Vê-se uma altercação, onde está um líder de claque e o Jorge Jesus. É nesse momento que lhes foi dito “Na terça-feira vou à Academia e dizes-me isso na cara”. Foi-me escondido até há dois dias. Porquê?

«As pessoas não tiveram noção da gravidade do que se estava a passar. Percebo que as pessoas não tenham a noção e não estejam preparadas para um ato terrorista. Mas têm de perceber que, perante isto, se é para me imputar algo, tinham de me ter transmitido à direção da SAD o que se tinha passado, este encontro semi-combinado.

«Por algum motivo entrou o tal carro. Fui eu que autorizei? Sabia daquilo? Tinha permitido, se lá estivesse? Neste momento não estava vivo. Muito dificilmente, fosse com barras ou o que fosse, alguém chegava aos meus jogadores.

«Não, não vou ao Jamor. Não, não acho que estejam criadas as condições para ir»

«Espero que, com os sportinguistas a perceberem o que se está a passar, parem. Desfrutem do jogo [da Taça de Portugal]. Que, por amor de Deus, nada aconteça. Que demonstrem a dimensão do Sporting e que não é um ato destes que a derruba.

«Que na segunda-feira possam, com calma, ouvindo a minha intervenção, um a um, se possam esclarecer todos os assuntos. Avisei que estava a guardar muitas coisas, mas que tinha de as dizer.

«Não, não vou ao Jamor. Não, não acho que estejam criadas as condições para ir ao Jamor. Não mereço o que se está a passar. Não mereço não poder usufruir o trabalho de um ano.

«Mas, pelo Sporting e pela festa, para que não haja constrangimentos nem se continue a alimentar. Com muita mágoa, com muita frustração, não poderei usufruir de um dia de festa por uma campanha vil.

«Muito sportinguista de coração bom, que tem estado enredado nessa teia, depois das intervenções, vai perceber o mal que fizeram a quem defende os interesses do Sporting. Se quiséssemos defender os nossos, íamos embora.»

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