Do “fumei mas não inalei” de Francisco J. Marques à amnésia de Pedro Guerra. Tudo sobre o novo escândalo do futebol português.

Porto e Benfica protagonizam “guerra” que está a marcar o defeso.

Depois do polémico caso dos vouchers, protagonizado por Sporting e Benfica surge um novo escândalo no futebol português. E tal como o primeiro, este também envolve arbitragens. E volta a ter o Benfica como protagonista, enquanto clube acusado. Só que desta vez o clube acusador não está do outro lado da Segunda Circular. Fica mais a norte. Trata-se do Futebol Clube do Porto. Com a grave acusação a partir do diretor de comunicação do clube.

Francisco J. Marques denunciou aquilo que considera ser um “esquema de corrupção de árbitros para favorecer o Benfica”, disse no Porto Canal. O diretor de comunicação dos azuis e brancos partilhou ainda supostos emails trocados entre Pedro Guerra, diretor de conteúdos da BTV (canal do Benfica) e Adão Mendes, um ex-árbitro. A primeira reação partiu do Benfica. Através de comunicado oficial. “O Sport Lisboa e Benfica repudia e desmente de forma veemente as falsas e absurdas insinuações do diretor de comunicação do FCP e avançará com o correspondente processo crime por difamação e outros processos que se justifiquem. Considerando que mais não visam do que desviar as atenções da crise e graves problemas por que passam outras instituições.”

“O Sport Lisboa e Benfica repudia e desmente de forma veemente as falsas e absurdas insinuações do diretor de comunicação do FCP e avançará com o correspondente processo crime por difamação e outros processos que se justifiquem. Considerando que mais não visam do que desviar as atenções da crise e graves problemas por que passam outras instituições”

Daqui a guerra (de palavras e acusações) passou a ter dois protagonistas: Francisco J. Marques e Pedro Guerra, um dos visados. Num primeiro momento, Pedro Guerra, que também faz parte do painel de comentadores do programa ‘Prolongamento’, da TVI, reagiu no Estádio da Luz. As palavras foram poucas. O maior destaque foi para o ataque feito por alguns adeptos dos encarnados. “Vai-te embora ó gordo”, gritou um adepto. Ontem, no programa do qual faz parte, Pedro Guerra teve uma reação mais longa.

Pedro Guerra não confirmou, mas também não desmentiu, a troca dos polémicos emails. “Conheço Adão Mendes. Não tenho intimidade com ele. Terei conhecido o Adão Mendes na final da Taça de Portugal, em 2013, em que Rui Vitória ganhou a Jorge Jesus. Ele veio ter comigo. Disse que apreciava os meus comentários sobre a arbitragem [Na altura era comentador da CMTV]. Lembro-me de ter respondido que joguei futebol e que sabia que a missão mais difícil, em campo, era apitar. Disse-me que era sócio do V. Guimarães e que o clube dele tinha um grande treinador. Quanto aos emails … Não me recordo… Não os tenho. Não os vi. Não me lembro desta troca de emails. Não digo que não existiu. Mas não me lembro”, explicou. Pedindo para que acreditassem em si.

“Quanto aos emails … Não me recordo… Não os tenho. Não os vi. Não me lembro desta troca de emails. Não digo que não existiu. Mas não me lembro”, diz Pedro Guerra.

“À época era apenas colaborador da BTV. Ainda agora sou. Não tinha qualquer função ou responsabilidade no Benfica. Era apenas sócio e colaborador, um mero comentador na BTV. Mas admitindo, em tese, não me lembro, mas admitindo… Fui ver, mas não encontro esses emails. Mas mesmo que tenha trocado, era apenas colaborador. Sem responsabilidade no Benfica. E, naquilo que li, não vejo nenhum ato que possa falar em corrupção”, acrescentou. As palavras de Pedro Guerra mereceram diversos comentários de Francisco J. Marques. Que recorreu à sua conta na rede social Twitter para comentar o programa da TVI.

“Mais um que vai ter de demonstrar em tribunal que eu disse ou escrevi que o apito dourado nunca existiu”, começou por escrever. “Fumei mas não inalei”, foi a segunda publicação. “É mentira. Bem, não me lembro, mas é mentira. E se for verdade é mentira. You know what I mean”, foi o texto que se seguiu. “E pronto, eu sou canalha porque o outro não segue as instruções. “Apague tudo”, bastava isso e eu já não era canalha. Mundo injusto este…”, partilhou Francisco J. Marques. “Queria agradecer publicamente ao Precário Guerra estar a confirmar tudo o que revelei no Porto Canal. Muito obrigado, vemo-nos na terça”, concluiu o diretor de comunicação do Porto.

“E pronto, eu sou canalha porque o outro não segue as instruções. “Apague tudo”, bastava isso e eu já não era canalha. Mundo injusto este…”, foi a reação do diretor de comunicação do Porto à explicação de Pedro Guerra.

Mas a polémica não acaba aqui. À mesma hora em que Pedro Guerra fazia a sua defesa, tendo entrado com confronto com José de Pina (comentador sportinguista), acontecia, na SIC, o programa Play-Off. Onde Rodolfo Reis, antigo jogador do Porto, é um dos comentadores. “Não sei se ele gosta mais de ser chamado de Pedro Guerra ou gordo”, atirou a antiga glória dos dragões. Francisco J. Marques já ameaçou revelar novos dados. O Ministério Público está a investigar uma denúncia anónima que chegou ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal, no âmbito de corrupção desportiva. Aguardam-se os novos capítulos daquele que será o grande escândalo do defeso do futebol nacional.

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