As polémicas do treinador que não vai treinar o Sporting
Mihajlovic conta com vários episódios polémicos como jogador e treinador. Tem sido altamente contestado pela imprensa italiana nos últimos anos.
Afinal, Sinisa Mihaljovic já não vai treinar Sporting. Só esteve apenas nove dias ligado aos leões. Tem 49 anos, nasceu perto da fronteira da antiga Jugoslávia e é protagonista de algumas declarações bastante polémicas.
Uma delas é dirigida às mulheres. Há cerca de dois anos, o treinador tinha recebido um prémio do Canal 5 de Itália, o Tapir de Oro, um prémio que é entregue a figuras públicas nesse país quando sofrem algum ‘deslize’ na atualidade transalpina. Ou seja, o seu despedimento do AC Milan tinha sido reconhecido. Na atribuição desse galardão, Mihajlovic já tinha deixado de ser o treinador do Milan.
No entanto, o técnico foi convidado a comentar os mais recentes acontecimentos em volta do universo rossoneros. Um deles prendeu-se com Melissa Satta, a atual companheira do futebolista Kevin-Prince Boateng. Ora, a modelo disse que o balneário do Milan tinha perdido “toda a serenidade” após o despedimento de Mihajlovic. Sem rodeios, o novo treinador do Sporting respondeu: “Não sou racista, mas digo que as mulheres não deviam de falar de futebol. Não estão aptas“.
Mihajlovic é também um reconhecido ultra-nacionalista
No ano passado, no estádio Olímpico da AS Roma, os adeptos da rival Lazio vestiram uma camisola com a fotografia de Anne Frank – a famosa adolescente que escreveu um livro sobre o seu tempo de sobrevivência durante o período do Holocausto nazi – como forma de provocação. Interpelado pelos jornalistas Mihajlovic, que foi futebolista da Lazio, o técnico disse não saber quem era Anne Frank, muito menos da polémica entre os clubes romanos.
Em entrevistas, Mihajlovic já elogiou o marechal do império da Juguslávia entre 1945 e 1963, Tito. “”Com Tito havia valores, família, uma ideia de país e povo. Com ele, a Jugoslávia era o país mais bonito do mundo. Se nacionalista significa patriota, se isso significa amar a minha terra e minha nação, bem, sim, eu sou.”, afirmou o treinador.
A imprensa italiana acusou Mihajlovic no início deste século de ser amigo de um homem de guerra, Zeljko Raznjatovic, conhecido como Arkan, abatido em 2000 num hotel em Belgrado. O jornal britânico The Guardian diz que esse indíviduo pagou aos jornalistas sérvios para publicar um tributo em sua homenagem. Mihajlovic também já castigou futebolistas por não cantarem o hino sérvio.
Episódios de racismo
Em 2000, também com a camisola da Lazio, Mihajlovic tinha insultado o internacional francês Patrick Vieira, chamando “preto de m****”, em jogo contra os ingleses do Arsenal. No final dessa partida, o técnico afirmou ter insultado o jogador por lhe ter chamado “cigano de m****”. Todavia, mais tarde uma investigação policial concluiu que foi Mihajlovic o culpado por insultar várias vezes Vieira por lhe ter chamado várias vezes de “macaco”. Feito isso, Mihajlovic pediu desculpas.
Outro visado da atitude de Mihajlovic foi a estrela do futebol romeno, Adrian Mutu, ex-defesa central. Em jogo contra o Chelsea, em 2003, o agora técnico cuspiu em Mutu e a imprensa inglesa não hesitou em considerar Mihajlovic um dos jogadores mais “nojentos” do futebol.
Apesar de já ter sido seleccionador da Sérvia entre 2012 e 2013, a carreira de Mihajlovic como treinador só tinha passado ainda por Itália. Orientou o Bologna (2008/09), Catarina (2009/2010), Fiorentina (2009/2011), Sampdoria (2013/2015), Milan (2015/2016) e Torino (2016/2018) e não conquistou qualquer troféu.
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