Rodolfo Reis: «O Sérgio Conceição não vai em grupos»

Entrevistámos Rodolfo Reis, o maior exemplo de «jogador à Porto» e estrela no programa «Play-Off», da SIC Notícias.

Rodolfo Reis: «O Sérgio Conceição não vai em grupos»

O FC Porto foi o único clube que Rodolfo Reis representou ao longo da sua carreira, entre 1969 e 1984. E se há alguém que pode ser definido pela clássica expressão «jogador à Porto» é este antigo médio centro raçudo, que não se importava de usar do físico para amedrontar os adversários. Sob a liderança de Pinto da Costa e José Maria Pedroto, foi peça essencial na afirmação portista como grande clube e para espanto de muitos, terminou a carreira aos 30 anos, preferindo não jogar mais depois dos azuis e brancos não terem renovado o seu contrato.

Enveredou por uma carreira de treinador, com passagens por clubes como o Tirsense, Leça e Famalicão e acabou por regressar ao «seu» FC Porto em 1998, onde foi adjunto durante três temporadas. Saiu de cena em 2001 e não mais voltou ao futebol dentro das quatro linhas. Atualmente, é uma das estrelas do programa de debate «Play-Off», da SIC Notícias, onde muitas vezes entra em aceso despique com os seus antigos rivais (mas também colegas de seleção) João Alves e Manuel Fernandes.

 

Como se sente por só ter representado um único clube ao longo da carreira de jogador?

Claro que tenho um orgulho muito grande em apenas ter representado o FC Porto. Hoje em dia é muito difícil um jogador construir uma carreira em apenas um clube e nos três grandes só temos o exemplo do Rui Patrício. Mas naqueles tempos já era muito difícil, por isso posso dizer que estou na história do FC Porto.

 

É tido como um dos grandes exemplos de “jogador à Porto”. Explique-nos lá o que é (ou era) isso.

Sim, concordo em absoluto, fui um “jogador à Porto”. Foi uma expressão que nasceu no tempo em que éramos treinados pelo José Maria Pedroto e em que colocámos o coletivo à frente do individual. Só nos interessava a equipa e fazíamos o que era preciso para que ela tivesse sucesso, se fosse preciso metendo a cabeça onde os adversários metiam o pé. Posso dizer que me anulei um pouco como jogador, pois até era tecnicamente evoluído mas colocava sempre em primeiro lugar os interesses da equipa.

 

Era acusado de ser um jogador muito duro. Isso era verdade?

Foi isso que ficou para a história, de facto. E não escondo que os outros jogadores tinham medo de mim, aliás nem se aproximavam. Um dos jogadores que apareciam muito na minha zona era o João Alves, hoje meu colega no «Play-Off». Mas ele era como os outros, tinha medo de mim e não se aproximava muito. (risos)

 

Ao longo de tantos anos como jogador profissional há alguma história curiosa que nos queira contar?

A mais engraçada terá ocorrido num Sporting-FC Porto, disputado em Alvalade. O Artur, o “ruço”, na época jogador do Sporting, deu uma grande pancada e meio campo no Simões. Entretanto meti-me entre os dois e, «feito Zequinha», deixei-me cair ao chão depois de ter sentido um encosto da parte dele. Qual não é o meu espanto quando o árbitro nos expulsa aos dois. Ok, ele podia não merecer o vermelho, mas eu muito menos. Vamos os dois para os balneários e eu começo a correr atrás dele a grande velocidade, pois apetecia-me dar-lhe uma tareia. O Vasques, que estava na baliza, virou-se para o Artur aos gritos «olha o Rodolfo, olha o Rodolfo» e quando cheguei à beira dele, estendeu-me o braço. Acabámos por sair abraçados e ovacionados pelo público. Inclusivamente, o presidente do Sporting deu-me os parabéns pelo gesto de «fair-play».

 

Leia a entrevista completa em http://www.paraeles.pt/desporto/sergio-conceicao-nao-vai-grupos/

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