Wimbledon: Nuno Borges volta à relva londrina sem receio e confiante
O tenista português Nuno Borges volta, pelo terceiro ano consecutivo, ao quadro principal de Wimbledon e, depois da lesão sofrida há um ano, volta à relva sem receio, confiante e novamente na companhia do compatriota Francisco Cabral.
O número um nacional e 51.º do ranking ATP não guarda as melhores recordações da edição de 2023 do terceiro ‘major’ da temporada, uma vez que rompeu um ligamento do tornozelo direito no encontro inaugural frente a Francisco Cerundolo, mas é o único tenista português com acesso ao quadro principal de singulares e diz estar a sentir-se bem na relva do All England Club.
“Claro que, no ano passado, não acabou da melhor maneira e foi desagradável, porque depois estive umas semanas parado devido à lesão. Mas este ano sinto-me mais preparado, melhor fisicamente e com uma ou outra nota mental que no ano passado não tinha. De certa maneira, estou um bocadinho mais confortável e mais adaptado”, começa por contar o maiato à Lusa.
Nuno Borges, de 27 anos, estreou-se em Wimbledon em 2022, ano em que foi derrotado pelo norte-americano Mackenzie McDonald na primeira ronda, depois de disputar a fase de qualificação. Já em 2023, o jogador português entrou direto no quadro principal, mas acabou eliminado, em quatro sets, pelo argentino Cerundolo, então 19.º do mundo.
Este ano, após a temporada de terra batida, na qual fez bons resultados, como os quartos de final no ATP 250 Estoril Open e no Challenger de Cagliari, e alcançou boas vitórias, nomeadamente frente a Stan Wawrinka em Bucareste e Alexander Bublik, então número 17 mundial, no Masters 1.000 de Roma, Nuno Borges regressa ao torneio londrino com mais experiência.
“Claro que nunca é ideal vir da terra batida para a relva e é uma transição sempre difícil, mas é normal e todos jogadores sentem. A época de relva é muito curta e quando acaba, se calhar, muitos ainda estão a encontrar as sensações dentro do ‘court’. Mas felizmente nos últimos dois anos aprendi algumas coisas que me ajudam agora, se calhar, a adaptar mais rápido”, avança.
Na transição para a relva, uma superfície que considera “especial e requer outro tipo de tática e estilo de jogo, porque a bola salta muito menos, a resposta e o serviço são fatores ainda mais importantes que em outros pisos”, Borges cedeu nos dois encontros disputados no ATP 500 de Halle, diante do russo Daniil Medvedev (5.º ATP), e no ATP 250 de Maiorca frente ao norte-americano Alex Michelsen (62.º ATP).
“Não foi fácil, mas foram bons encontros. As oportunidades são poucas e tento aproveitar, mas joguei com adversários que, para além de terem um grande nível, gostam particularmente da relva. Portanto, estou sempre dependente um bocadinho do meu adversário mas, no geral, estou contente com o meu nível e vou continuar a procurar as minhas oportunidades”, garante.
A primeira oportunidade poderá surgir diante do japonês Yoshihito Nishioka, 102.º colocado no ranking ATP e seu primeiro adversário no All England Club, onde o português vai disputar também a prova de pares ao lado do francês Arthur Rinderknech.
“Este ano gostava de ultrapassar a primeira ronda. Sinto que posso jogar bem na relva, ainda não o consegui fazer a nível profissional e atingir o meu potencial, mas vou à procura disso. São poucas as semanas de relva e também é difícil encontrar o meu melhor nível, mas gostava de atingir esse pico num Grand Slam. A relva é um piso vivo que pode escorregar, pode travar e é um bocadinho mais imprevisível, mas tenho tido boas sensações”, assegura.
Tal como o tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, Francisco Cabral (65.º no ranking de pares ATP) também tem assegurada vaga no quadro de pares do torneio londrino, este ano na companhia do colombiano Nicolas Barrientos (52.º ATP da variante).
Francisco Cabral, que em 2022 jogou com o amigo Nuno Borges e há um ano voltou na companhia do brasileiro Rafael Matos, vai emparceirar pela sétima vez esta época com Barrientos, desta feita no duelo da primeira ronda com Ivan Dodig (finalista de Wimbledon em 2013) e Austin Krajicek, décimos cabeças de série.
A 137.ª edição do torneio mais antigo do mundo arranca na segunda-feira no All England Lawn Tennis Club, cujo patrono é a Princesa Kate Middleton, e decorre até dia 14 de julho, dia em que se fechará o palmarés de campeões de 2024 de Wimbledon.
SRYS // JP
By Impala News / Lusa
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