Com concorrência cada vez mais feroz, nomeadamente da HBO e Amazon Prime, a Netflix tem presentado os utilizadores com uma gama imensa de novos conteúdos. Neste momento há uma nova série de sucesso que está a captar o interesse dos portugueses e está no top das mais vistas: Sally: A Assassina. O documentário debruça-se sobre o homicídio de, Ray McNeil com dois tiros de caçadeira. Terá sido legítima defesa, como Sally alega? Ou foi um homicídio premeditado?

Ray e Sally conheceram-se quando eram fuzileiros. De imediato sentiram-se ligados pelo culturismo e a paixão surgiu quase instantaneamente. Dois meses depois estavam casados e o pior veio depois… A relação era marcada por muita violência, de parte a parte. De acordo com a homicida, Ray agrediu-a pela primeira vez três dias depois de terem dado o nó. Depois começou a asfixiá-la, que se tornou uma atitude quase normal na relação. Além disso, afirma ter sido violada. O assassinato, diz Sally, aconteceu num quadro de iminente perigo e após oito anos de abusos constantes.

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Os filhos de Sally afirmam – na primeira pessoa e em múltiplas ocasiões ao longo da série – que também eram alvo de agressões. Sally lidava com abusos físicos desde muito cedo. Em pequena foi vítima da violência de um padrasto e poderá ter sido este historial que a levou a subjugar-se à violência do marido. Por outro lado, vários dos entrevistados – amigos de Ray e até os próprios filhos – lembram que era uma mulher intempestiva e que facilmente partia para a agressão física. O culturista tinha um caso extraconjugal e planeava terminar o casamento com Sally.

Na fatídica noite de 14 de fevereiro de 1995 – Dia de São Valentim –, Ray chegou tarde a casa. Pouco depois, inicia-se uma discussão entre ambos e os filhos de Sally lembram-se de ouvirem a mãe a respirar com dificuldade; alegadamente estaria a ser sufocada. Poucos minutos depois, Sally vai buscar a caçadeira que tinha no armário e dispara por duas vezes: o segundo tiro – na cara – aconteceu quando Ray já estava em agonia estendido no chão. Sempre alegou que foi em legítima defesa: ou morria ou matava. Sally McNeil foi condenada a 25 anos de prisão por homicídio. Saiu em 2020.

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