Adeus, iPod: A ascensão e a queda de um ícone de várias gerações
Lançado em 2001, o iPod prometeu e cumpriu a função proposta naquela data por Steve Jobs: ter “toda a sua coleção de músicas no bolso e ouvi-la onde quer que vá”. Duas décadas depois, o mais popular leitor digital de música foi-se.
Mais de 20 anos depois de ter lançado o primeiro iPod, a Apple descontinuou oficialmente em 10 de maio a linha icónica de leitores de música portáteis. Isto significa que a Apple deixa de fabricar o iPod touch, que, no entanto, permanecerá disponível até que o stock esgote. O touch foi o último comercializado desde que o Shuffle e Nano foram descontinuados, em 2017.
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“Com o iPod, a Apple inventou uma categoria totalmente nova de leitor de música digital, que permite colocar toda a sua coleção de músicas no bolso e ouvi-la onde quer que vá”, disse Steve Jobs, CEO da Apple na época, quando o primeiro iPod foi lançado, em outubro de 2001. “Ouvir música nunca mais será o mesmo”, acrescentou Jobs, e estava certo. O primeiro iPod impulsionou a ascensão da música digital tornando-se rapidamente no produto de maior sucesso da Apple. Como se ilustra no gráfico no final do artigo, foi responsável por até 40% das receitas da empresa em 2006, ano anterior ao lançamento do primeiro iPhone. Com a crescente popularidade dos smartphones, no entanto, os leitores MP3 foram gradualmente empurrados para a obsolescência e as vendas começaram a cair em 2009.
Em 2014, o último ano em que a Apple dividiu as vendas de iPods como categoria separada, a empresa vendeu 14,4 milhões aparelhos, abaixo das quase 55 milhões de unidades em 2008. Em 2014, o iPod representou apenas 1,25% da receita da Apple, explicando por que a empresa não teve problemas em desligar-se de dois dos três últimos modelos restantes em 2017 (o Classic foi descontinuado em 2014). O touch, que permaneceu popular além da data de validade como um dispositivo iOS básico para crianças e como uma ferramenta de teste acessível para criadores de aplicações, foi atualizado pela última vez em maio de 2019. No entanto, até nessa altura as melhorias eram tão pequenas que a atualização parecia mais uma tentativa tímida de manter o último iPod vivo, embora ligado às máquinas.
“Hoje, o espírito do iPod continua vivo. Integramos uma experiência musical incrível em todos os nossos produtos”, disse Greg Joswiak, vice-presidente sénior de marketing mundial da Apple, em comunicado, sugerindo que deixou de haver necessidade de um leitor de música independente. Entre 2001 e 2014, a Apple vendeu cerca de 400 milhões de iPods e outros – estima-se – 50 milhões desde então.
Statista
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