À medida que os preços do petróleo e do gás estão a subir com a invasão russa na Ucrânia, os consumidores de todo o mundo sentirão os efeitos imediatos da crise nas bombas de gasolina, na próxima conta de serviços como os da água, da eletricidade e do gás, mas também no preço do trigo, que disparou, já que a Rússia é o maior exportador do mundo.

O aumento dos preços, no entanto, não param aí, pois outros bens também devem ficar mais caros, pelo papel da Rússia como uma “supermercado” mundial de bens, como os analistas da RBC Capital Markets alertam. Além de petróleo, gás e vários metais preciosos, a Rússia também é um grande produtor de trigo. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Rússia produziu 86 milhões de toneladas deste cereal em 2020, só atrás apenas de China e Índia.

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O preço dos alimentos básicos subiu desde a invasão da Ucrânia, depois de já ter seguido uma tendência de alta desde 2020 ao longo da pandemia de covid-19 (… continue a ler aqui)

Para piorar, tanto China quanto Índia consomem no mercado interno a maior parte do que produzem, tornando a Rússia no maior exportador de trigo por significativa margem. Como mostra o gráfico a abaixo, baseado em dados do Comtrade Database da ONU, tanto a Rússia quanto a Ucrânia estão entre os 5 maiores exportadores de trigo, alimentando temores de que a crise possa exacerbar a pressão sobre a inflação na cadeia de alimentos. Na quinta-feira, 24 de março, os futuros do trigo dispararam para o nível mais alto desde 2008, tendência que vinha a verificar-se desde meados de 2020.

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