Uma situação que tem sido cada vez mais comum nos relacionamentos modernos é o chamado ghosting. Trata-se de um termo que representa alguém que ‘destrói’ as expectativas de uma relação amorosa ao desaparecer sem motivos aparentes e sem dar explicações. A prática evidencia como as relações são cada vez mais líquidas e instáveis da atualidade, em especial após a chegada da internet que gerou uma “mercantilização” do amor através de aplicações de encontros, que proporcionam enorme facilidade em conhecer alguém e também em esquecê-la.

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De acordo com o neurocientista Fabiano de Abreu, a prática do ghosting representa a preguiça mental de assumir responsabilidades. “Cortar abruptamente as relações com alguém demonstra como as redes sociais, neste caso as apps, têm moldado uma mentalidade mais preguiçosa e cansada, que evita ao máximo assumir responsabilidades e persistir em conquistas que se tornam desinteressantes muito rapidamente”.

Zygmunt Bauman e o “amor líquido”

“Esse processo torna as relações cada vez mais descartáveis e gera deficits em importantes habilidades sociais, uma vez que um indivíduo adepto da prática de ghosting provavelmente não saberá lidar com relações com as quais não pode romper laços tão facilmente”, destaca o especialista. Zygmunt Bauman, um dos mais importantes sociólogos de todos os tempos, definiu a fragilidade das relações modernas com o termo “amor líquido” para demonstrar a inconstância e dificuldade de aprofundamento de relacionamentos, processo que se acelerou nos últimos tempos.

Foto: Shutterstock

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