De acordo com o neurocientista, mestre em psicologia e biólogo, Fabiano de Abreu, autor de diversos estudos publicados sobre o assunto, os índices de ansiedade e uso de aparelhos eletrónicos facilitam a instalação do que considera ser uma patologia, podendo mesmo já ser considera uma doença. “O narcisismo leva a sintomas que se tornam psicopatologias que causam sintomas físicos. Inclusive levam a diagnósticos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, das personalidades dramáticas, entre outros. Tudo isso é consequência, no entanto a causa está no narcisismo patológico. A ansiedade leva a sensações de pendência que coloca o sujeito numa atmosfera negativa de ameaça. O comportamento na rotina de redes sociais é para conseguir uma recompensa e sair desta atmosfera. Tal mascara o narcisismo patológico, tornando-o uma epidemia, normalizada pela aceitação, o perigo avança sem resistência.”

Há quem duvide da classificação do narcisismo como um transtorno, qualificando-o apenas como um traço de personalidade. Ainda assim, de acordo com o neurocientista, o narcisismo patológico, principalmente por ser culturalmente aceite, representa um perigo para o futuro da sociedade. “Na tentativa de impedir o seu avanço, criaram-se mecanismos mais salutares de exposição nas redes sociais. A recompensa instantânea, retira-o dessa sensação, mas torna-se viciante. Inicia-se um círculo vicioso, um gatilho interminável de dor e prazer. O processo molda o cérebro e origina comportamentos que se tornam culturais e desenvolvem a patologia.”

“Estamos a falar de narcisismo patológico, que formata um cérebro e um ADN. Que será passado de geração em geração, enraizado em comportamentos culturalmente aceites. Porém, trazem consequências sérias para o futuro, promovendo psicopatologias futuras que se tornaram epidémicas.”

O que é o narcisismo patológico?

O narcisismo é uma admiração e valorização extrema por si mesmo, no entanto, em níveis mais elevados, o comportamento torna-se uma patologia que gera um super auto-apego e necessidade de admiração e reconhecimento. As pessoas que sofrem desta patologia tendem a ser manipuladoras e abusivas com terceiros para conseguir aclamações. É comum usarem a dissimulação para não passar a ideia de desequilíbrio, podendo dificultar a identificação do transtorno e até torná-lo socialmente aceite.

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