NATO: História, factos e números da Organização do Tratado do Atlântico Norte

Como nasceu e se desenvolveu a Organização do Tratado do Atlântico Norte – NATO – um dos pilares da estratégia de defesa do Ocidente durante a Guerra Fria.

NATO: História, factos e números da Organização do Tratado do Atlântico Norte

Existem atualmente 30 estados membros da NATO, a aliança militar ocidental formada após a Segunda Guerra Mundial. Os 12 membros fundadores incluíam Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos. Após oito etapas de ampliação, a aliança mais do que duplicou, com a maior ampliação  ocorrer em 2004, quando a Aliança recebeu sete novos países. A Macedónia do Norte foi o estado mais recente a ingressar na NATO, em 2020, elevando a sua força atual para 30 estados.

“Um ataque a um membro é considerado um ataque a toda a NATO”

A organização inclui atualmente 28 nações europeias mais Estados Unidos da América e Canadá. Fundada em 1949, foi um dos pilares da estratégia de defesa do Ocidente durante a Guerra Fria, sob o lema “um ataque a um membro é considerado um ataque a todos os membros”. Com o fim da Guerra Fria, a NATO cresceu para incluir República Checa, Polónia e Hungria, em 1999, com mais sete países a juntarem-se-lhe em 2004. As mais recentes entradas foram a Albânia e a Croácia, em 2009, e depois Montenegro, em 2017, e Macedónia do Norte, em 2020.

A ameaça de Trump à Aliança

No final de 2019, o presidente francês Emmanuel Macron alertou para o fato de a NATO estar a entrar em “morte cerebral”, principalmente devido a um compromisso vacilante com a Aliança por parte do então presidente dos EUA, Donald Trump. Como presidente, Trump foi mordaz para com os parceiros, principalmente devido aos gastos comparativamente baixos de defesa de outros membros da NATO em relação aos norte-americanos.

Trump também se esforçou para criticar os estados membros de que não estavam a gastar o suficiente para atingirem a meta de, pelo menos, 2% do PIB em Defesa. Embora a ameaça dos Estados Unidos de deixar a aliança tenha desaparecido quando Joe Biden se tornou presidente, em 2021, é provável que a questão volte se Trump regressar ao poder. A invasão russa da Ucrânia deste ano destacou recentemente a importância da aliança para as potências ocidentais. O ataque da Rússia à Ucrânia, em fevereiro de 2022, foi precedido de exigências à NATO para interromper o crescimento, com as aspirações de adesão da Ucrânia retratadas como uma ameaça à segurança de Moscovo. A NATO rejeitou finalmente essas aspirações, pois contradizia a política de “portas abertas” da aliança, segundo a qual qualquer nação europeia é livre para se juntar à coligação se assim o desejar.

Evolução da NATO

Statistic: Number of member states in NATO from 1949 to 2022 | Statista

Formada após a Segunda Guerra Mundial, o objetivo inicial da NATO era impedir a expansão soviética, proporcionando segurança coletiva às nações devastadas da Europa Ocidental. A aliança cresceu diante das crescentes tensões da Guerra Fria e incorporou as forças armadas da Alemanha Ocidental em 1955. Em resposta a isso, a então União Soviética criou a sua própria aliança de segurança coletiva, o Pacto de Varsóvia.

Ao longo da era da Guerra Fria, a NATO e o Pacto de Varsóvia aumentaram as suas capacidades militares na Europa, com os Estados Unidos a estabelecerem 80 bases militares em países europeus da NATO, em 1987, com quase metade delas na Alemanha. O colapso da União Soviética foi seguido pela dissolução do Pacto de Varsóvia, em 1991, e várias ondas de ampliação da NATO, a partir de 1999.

Embora a Guerra Fria tivesse terminado, a NATO ainda era considerada parte crucial da arquitetura de segurança da Europa e desempenhou um papel proeminente nas guerras da Jugoslávia durante a década de 1990. O princípio de defesa coletiva da NATO consagrado no Artigo 5 do seu tratado fundador foi invocado pela primeira e única vez após os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos em 2001, levando diretamente ao envolvimento da aliança na Guerra do Afeganistão (2001- 2021).

Luís Martins

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