Os traumas são hereditários de pais para filhos?
Neuropsicóloga comenta a questão da hipotética herança de traumas por parte das crianças em relação aos pais e aponta uma forma de ressignificar recordações negativas.
Grande parte das pessoas talvez tenha passado por situações em que não conseguem identificar o motivo de se sentirem afetadas, mesmo não tendo a memória de ter vivido algum evento que pudesse ter causado tal impacto negativo. Desse ponto nasce o debate sobre a possibilidade de os traumas serem hereditários – ou seja, de que os filhos possam herdar tais experiências.
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A neuropsicóloga Roselene Wagner explica que, “de acordo com a epigenética, constantes alterações nas condições e ambientes a que estamos submetidos diariamente são capazes de causar modulações adaptativas, possibilitando assim a sobrevivência, sem com isso alterar a sequência do DNA, simplesmente regulando a expressão génica”.
Leninha Wagner, como é conhecida, especializou-se no tema e continua a apontar que é possível que alterações nas condições de ambiente do nosso convívio tenham forte impacto emocional negativo. “O debate sobre essa questão hereditária tem ganhado ganhar força entre as pesquisas, com discussões pioneiras sobre Transtorno de Stresse Pós-traumático (ETP), com efeito déjá-vu. Traumas geram legados e, mesmo quem não tenha vivido a experiência, ganha e guarda esses traços”, aponta.
‘Ressignificar’ os traumas
Neste contexto, como poderíamos ‘ressignificar’ o resultado desses episódios, na busca da superação das memórias negativas herdadas, e não vividas? A neurocientista esclarece que um forte aliado pode ser passar por experiência positivas e trabalho psicológico. “Essa é a boa notícia. Podemos minimizar os impactos negativos dessas memórias acumulando mais experiências emocionais positivas, através de psicoterapia, aumentando os nossos recursos internos com reportório de interpretações e comportamentos igualmente positivos”, descansa.
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