Quais os principais países que estão a abandonar os combustíveis fósseis russos?
Apesar de grande parte do Ocidente estar comprometido em eliminar a dependência dos combustíveis fósseis russos, há países que esforçam mais, outros menos e alguns… nada.
Apesar das promessas apaixonadas de parar de indiretamente fornecer fundos para a guerra de Putin na Ucrânia, muitos países perceberam – tarde de mais – ser difícil acabar com a dependência dos combustíveis fósseis russos. Na Europa, onde esse desejo era provavelmente mais forte, as cadeias de suprimentos de longa data com a Rússia também provaram ser as mais difíceis de quebrar.
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Dados do Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo são claros no que respeita aos cortes da União Europeia nas importações de combustíveis fósseis russos, que permaneceram na média mundial de uma redução de 15% em termos monetários, em maio. Para essa métrica, a alta dos preços no mercado mundial contraria a redução do volume de importações – colocando a nu a extrema dificuldade de tentar desvincular a Rússia de uma das suas principais fontes de receita.
Espanha, Finlândia, Lituânia, Polónia e Estónia e – sobretudo – Suécia conseguiram, no entanto, reduzir completamente (ou, pelo menos, significativamente) as importações russas de combustíveis fósseis. Alemanha, Holanda e Itália permaneceram abaixo da média global.
Devido aos diferentes tamanhos de país e diferentes níveis de dependência da Rússia, estas reduções relativas não têm o mesmo peso em termos absolutos. De acordo com o relatório, os Estados Unidos da América conseguiram a maior redução absoluta, cortando completamente os combustíveis fósseis russos e reduzindo as receitas diárias da Rússia em cerca de 33 milhões de dólares (32,49 milhões de euros) entre fevereiro-março e maio de 2022.
No entanto, a redução combinada de 16% dos países da União Europeia – apesar de menor em termos relativos – cortou muito mais 114 milhões de dólares (112,24 milhões de euros) das receitas diárias russas no mesmo período.
Quem mais dinheiro fornece à Rússia, através da compra de remessas de combustível com desconto, é a Índia. Entre fevereiro-março e maio, o país gastou aproximadamente 65 milhões de dólares (63,99 milhões de euros) a mais, por dia, em energia russa. Ao todo, a Rússia tem perdido receitas de combustíveis fósseis de cerca de 100 milhões de dólares (98,45 milhões de euros) por dia desde o início da invasão. Apesar dos descontos nas remessas e da perda de clientes, a Rússia ainda está a ganhar quase 40% a mais nas suas exportações de energia, em comparação com maio de 2021, com os preços do mercado mundial a subirem.
Texto: Luís Martins;
Infografia: Statista;
Foto: Chris LeBoutillier
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