Dez pessoas morreram no sábado num bairro predominantemente negro em Buffalo, Nova Iorque, quando um atirador abriu fogo num supermercado. A polícia identificou o incidente como um crime de ódio racista devido a declarações feitas pelo atirador antes e depois do ataque – um de muitos tiroteios em massa que acontecem nos EUA – que fazem referência à teoria da substituição branca e outras crenças racistas.

Para ler depois
Putin diz que alargamento da NATO só é problema com colocação de armas
O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou hoje que a adesão à NATO da Finlândia e da Suécia não é um problema para a Rússia, mas que passará a sê-lo se incluir a colocação de armas no território desses países (… continue a ler aqui)

O incidente também foi transmitido ao vivo pela internet. Juntamente com as quatro mortes do tiroteio numa igreja do condado de Sacramento em fevereiro, o número de mortos nos tiroteios em massa nos EUA em 2022 é de 14 até agora – significando que após uma pausa durante a pandemia, os este tipo de crime voltou a ser um triste tema nos noticiários um pouco por todo o mundo.

Mother Jones contou 65 tiroteios em massa que causaram a morte de três ou mais pessoas nos EUA desde 2013. O número combinado de mortos desses eventos chega a 500. Embora os números flutuem a cada ano, em 2017, 2018 e 2019 este tipo de crime foi especialmente alto. A contagem de 2017 inclui 58 mortos no festival de música Route 91 Harvest em Las Vegas, enquanto as mortes de 2016 incluem as 49 vidas perdidas na boate Pulse, em Orlando.

Mother Jones aplica uma definição restrita de tiroteios em massa. Contando aqueles que resultaram em pelo menos três mortos por disparo de arma de fogo (sem contar com o autor), também contam apenas os incidentes em que atiradores solitários atacaram num ambiente público ou vários ambientes públicos num curto espaço de tempo. Isto exclui tiroteios com alta contagem de mortes em ambientes privados, muitas vezes relacionados com violência doméstica ou crime organizado. Também exclui aqueles em que os ataques são efetuados com vários atiradores.

Estes dois eventos combinados são, na verdade, mais comuns do que os de atiradores solitários em público. De acordo com o Gun Violence Archive, houve 54 tiroteios em que três ou mais vítimas morreram, independentemente das circunstâncias, em 2019. Estes tiroteios deixaram 255 mortos naquele ano, de acordo com a contagem do site. Embora os eventos públicos de atiradores solitários tenham caído significativamente em 2020, o mesmo não é válido para todos os tiroteios em massa. Em 2020, o Gun Violence Archive ainda contava 47 tiroteios em massa, que mataram 185 pessoas.

Independentemente de como os tiroteios em massa são definidos, as vítimas representam apenas uma fração de todas as mortes anuais por armas de fogo nos Estados Unidos. Em comparação com as 50 a 300 pessoas que morrem em tiroteios em massa, cerca de 20 mil foram baleadas e assassinadas em todos os homicídios em 2020 – além de mais de 24 mil suicídios realizados com armas de fogo, em cada ano.

Statista

Siga a Impala no Instagram