Guerra na Ucrânia ameaça segurança alimentar global
Invasão russa na Ucrânia priva 276 milhões de pessoas de segurança alimentar e em todo são já mais de 800 milhões que enfrentam a fome.
Mais de seis semanas após a invasão da Ucrânia pela Rússia, não há fim à vista para o conflito que abalou o mundo na sua essência. Além do imenso sofrimento causado pela agressão da Rússia na Ucrânia, a guerra também está a ter grandes repercussões em todo o mundo, especialmente na segurança alimentar. O chefe do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, David Beasly, alertou recentemente para o facto de que a guerra está a criar uma crise alimentar “além de tudo o que vimos desde a Segunda Guerra Mundial”, levando ao aumento dos preços dos alimentos e possivelmente à escassez em muitos países que dependem das exportações de Rússia ou Ucrânia.
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Como mostra o gráfico abaixo, baseado em dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Ucrânia e a Rússia são os principais produtores de trigo, cevada e milho, representando uma participação média (combinada) de 27, 23 e 15% das exportações globais entre 2016 e 2020. Até o próprio Programa Mundial de Alimentos (PMA) obtém 50% dos suprimentos de cereais da área Ucrânia-Rússia e enfrenta agora aumentos dramáticos de custos nos esforços para combater emergências alimentares em todo o mundo.
“Esta é uma catástrofe em cima de uma catástrofe”, disse o diretor do PMA, Beasley, referindo-se ao efeito devastador que a pandemia de covid-19 teve na fome mundial. Segundo a organização da ONU, o número de pessoas que enfrenta insegurança alimentar aguda saltou de 135 milhões para 276 milhões desde 2019 – ainda antes do conflito na Ucrânia. No total, mais de 800 milhões de pessoas enfrentam a fome em todo o mundo, enquanto 44 milhões em 38 países estão à beira da fome, segundo o PMA.
Statista
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