Venda de livros sobe face a 2021 mas serão ultrapassados pelos e-books?
A venda de livros em Portugal cresceu mais de 35% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo de 2021, correspondendo a um encaixe de 34,9 milhões de euros. Este crescimento será no entanto ameaçado no futuro pela venda de e-books?
De acordo com dados disponibilizados pela Gfk, entidade independente que faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano, no primeiro trimestre de 2022, foram vendidos 2.589.810 livros, o que representa uma variação de mais 35,2% de livros vendidos, em comparação com os primeiros três meses de 2021. A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) salvaguarda, contudo, que estes números resultam de uma comparação com um período de confinamento, em que foi impossível comprar livros em pontos de venda físicos, devido ao encerramento das livrarias.
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Em valor, o mercado livreiro encaixou no início deste ano um total de 34.907.072 euros, o que significa um acréscimo financeiro de mais 43,6% face ao mesmo período de ano passado. Para tal terá contribuído igualmente o preço médio do livro, que subiu 6,1%, para os 13,48 euros. Sobre consumo no País de livros em formato digital – os e-books – não foram disponibilizados quaisquer dados, não podendo por isso perceber-se se, como no resto do mundo, os leitores continuam a preferir os livros físicos aos digitais.
O Dia do Livro, celebrado em 23 de abril, exortava, como em todos os anos, o prazer dos livros. Os leitores eram incentivados a pegar num livro, a encontrar um lugar aconchegante e a ler. Enquanto a Conferência Geral da UNESCO pensava provavelmente em tinta e papel quando celebrou pela primeira vez o Dia Mundial do Livro, em 1995, alguns dos leitores do século XXI passaram para a ‘tinta’ digital, recusando o papel. A pergunta impõe-se: afinal, quão populares são hoje os e-books na sociedade?
De acordo com dados do Advertising & Media Outlook, da Statista, a penetração de e-books ainda é muito inferior à dos livros impressos. Em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde os e-books são muito populares em comparação com outras nações, estima-se que 23% da população tenha comprado um e-book no ano passado – e 45% compraram um livro impresso.
Estas descobertas sugerem que os e-books não serão o último prego no caixão dos livros impressos. Mas, antes, um produto complementar que deve beneficiar a indústria editorial. Qualquer pessoa pode pegar num e-reader quando vai para a praia, no caminho para o trabalho ou à noite, entes de adormecer. Contudo, no que diz respeito aos livros ‘reais’, não haverá nada que se compare ao gesto de folhear ou ao aroma de um velho livro.
E-books muito longe de convencerem a maioria, que prefere os livros impressos
Statista
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