Líder dos Super Dragões terá fugido aos impostos

Líder dos Super Dragões tem tido, de acordo com investigação do Correio da Manhã, vida de luxo. Fernando Madureira terá também fugido ao Fisco.

Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões (do FC Porto), está envolvido em mais uma polémica. Segundo o Correio da Manhã, Macaco, como também é conhecido, tem feito vida de luxo, alegadamente incompatível com os rendimentos declarados.

Associado a vários processos judiciais e a relatos de episódios de violência, Fernando Madureira “nunca terá declarado receitas elevadas”. Não se sabe ao certo a dimensão do património de Madureira, mas “sabe-se que possui vários imóveis e bens, como, por exemplo, a OPorto Boutique Guesthouse, uma vivenda de luxo, o restaurante Os Nando’s e vários carros de luxo”. Em dez anos, terá mesmo adquirido “dois Porsches Boxter”.

Em causa estará uma alegada “fortuna que tem vindo a acumular com fuga aos impostos”. O Correio da Manhã avança que também era sócio da Indoor Soccer de Canelas, empresa gestora de dois campos cobertos de futebol, e dono do 12, snack-bar na Marginal do Douro, em homenagem ao 12.º jogador, associado normalmente à claque do clube. No entanto, desconhece-se se estes dois envolvimentos se mantêm. Terá ainda “adquirido, em 2007, a Rocinha, bar no cubo da Ribeira”.

Líder dos Super Dragões terá fugido aos impostos

O jornal diário terá tido acesso a “vários documentos que explicam a disparidade entre a vida que faz e os bens que possui e os rendimentos declarados”. A última declaração entregue, de acordo com a investigação, referia que Fernando Madureira ganhava “pouco mais de 16 mil euros por ano”.

“A entidade patronal foi a Cozinha de Ouro – atividades hoteleiras, havendo ainda referência a outro montante de uma segunda entidade patronal – Paulo Guedes e Fernando Lda., empresa com sede no Porto. No entanto, esta apenas pagou 2700 euros a Fernando Madureira pelos serviços prestados durante 12 meses (no ano de 2007)”, le-se na publicação.

“Se, em 2007, já teria comprado dois carros de luxo em seu nome, cada um a 80 mil euros,  como poderia apresentar ao Fisco rendimentos de 14 mil euros?” Em 2003, por exemplo, terá apresentado um “total de cinco mil euros anuais, 400 mensais sem descontos”. Rendimentos que “em nada espelhavam a vida de luxo que levava”. “Amigos próximos garantem” que “a fortuna vem do merchandising, dos bilhetes, das viagens e da visibilidade ganha nos últimos anos”.

Guerra contra o Correio da Manhã

Correio da Manhã e CMTV terão levado ao conhecimento formal do primeiro-ministro, da ministra da Administração Interna e da procuradoria-geral da República os atos de violência praticados – por elementos ligados aos Super Dragões – contra os seus jornalistas, pedindo na carta enviada que sejam “reprimidos os crimes praticados por aqueles indivíduos”.

Da mesma forma, terão pedido a penalização do alegado furto do microfone por parte do líder, ação entendida como “sinal simbólico, de inspiração bem mafiosa, de incitação e apelo ao ódio contra o jornal Correio da Manhã e, em particular, contra a jornalista Tânia Laranjo”. O microfone tem aparecido em publicações nas redes sociais ligadas a Fernando Madureira.

Desde quarta-feira, 15 de fevereiro, que Tânia Laranjo terá recebido “centenas de mensagens e telefonemas anónimos com ameaças à sua integridade física, bem como à da sua filha, menor de idade”, refere o jornal. O CM terá apresentado queixa na Polícia e a ministra da Administração Interna, Constança de Sousa, terá enviado a denúncia do CM para o Ministério Público. Terá ainda sido pedida ao Ministério Público, “por Joana Marques Vidal”, uma investigação aos “indícios públicos e notórios que apontam para a prática de diversos crimes pelo grupo de indivíduos que tem Fernando Madureira, conhecido por ‘Macaco’, por cabecilha”.

Violência e Bruno Pidá

Madureira cresceu na Ribeira e está desde pequeno, altura em que jogava no Ribeirense, ligado ao futebol. Aos 14 anos, passou para a claque e conheceu a mulher, Sandra, de quem tem duas filhas. Foi na zona da Ribeira que conheceu Bruno Pidá (que está preso), segurança que acompanhou Pinto da Costa no Tribunal de Gondomar, durante o processo Apito Dourado, caso onde Carolina Salgado testemunhou que o presidente do FC Porto terá encomendado a Fernando Madureira o ataque a Ricardo Bexiga.

Há vários anos que “Macaco” é associado a diversos processos judiciais e a episódios de violência, conseguindo sempre sair ilibado. Também no famoso caso de Vítor do Ouro, um dos maiores traficantes de droga do Porto, surge o nome de “Macaco”. Nas conversas entre os dois homens falava-se em “bilhetes”, termo que a Polícia Judiciária associaria a droga.

Um último caso, de 2015, dá conta de uma multa de 250 euros, que pagou, em alternativa a trabalho comunitário. Ainda assim, o líder da claque dos Dragões tem tentado mudar a imagem de violência à qual está associado. Em 2016, concluiu o mestrado em Gestão Desportiva, com 17 valores, numa universidade privada no Porto.

Pinto da Costa à mercê de Fernanda Miranda
À semelhança do que aconteceu no caso Apito Dourado, o presidente do clube das Antas encontra-se, novamente, à mercê de uma ex-mulher. Fernanda Miranda, recentemente divorciada de Pinto da Costa, foi arrolada como testemunha pelo Ministério Público no processo Fénix e as suas declarações poderão ser decisivas para o futuro do líder portista. Pinto da Costa é acusado de beneficiar de segurança privada por parte da empresa SPDE.
O Portal Impala solicitou por diversas vezes a posição de Fernando Madureira, mas nunca obteve resposta.

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