Cinema. As várias vidas de James Bond

A estreia de James Bond nos cinemas aconteceu em 1962. O sucesso foi imenso e deu início ao movimento que ficou conhecido como a Bondmania.

Cinema. As várias vidas de James Bond

No mundo do cinema existem sagas que nunca saem de moda e contam com personagens encantadores e enigmáticos que enfrentam vilões cruéis. Todos esses ingredientes estão presentes nos filmes de 007, o agente secreto mais conhecido do planeta. As histórias originais de James Bond foram criadas por Ian Fleming. Durante 13 anos, o inglês escreveu 13 livros — o 14 foi publicado por seus filhos após a sua morte.

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A estreia de James Bond nos cinemas aconteceu em 1962. O filme O Agente Secreto 007, também conhecido como Dr. No, foi a prova de fogo e, assim como nas tramas, Bond teve um desempenho espetacular e conquistou o mundo. O sucesso foi imenso e deu início ao movimento que ficou conhecido como a Bondmania.

Ao longo dos anos, muitos foram os intérpretes de James Bond. O primeiro foi Sean Connery, que ganhou fama mundial e tornou-se um símbolo do cinema dos anos 60. Connery viveu o espião em 6 oportunidades, sendo os cinco primeiros filmes e o sétimo, e segue a ser considerado por muitos o melhor 007 de todos os tempos.

Nos anos 70, dois atores interpretaram o papel, George Lazenby e Roger Moore. O primeiro não deixou saudades, já o segundo é recordado até os dias de hoje como um dos melhores a viver o agente. O ator Timothy Dalton atuou em dois filmes, 007 – Risco imediato (1987) e 007 – Licença para Matar (1989), no entanto, problemas legais sobre os direitos autorais paralisaram as produções do terceiro e terminaram com as hipóteses de Dalton. O retorno de 007 foi triunfal e parte do mérito se deve a Pierce Brosnan, que em quatro oportunidades mostrou uma faceta elegante e charmosa do agente inglês. O último ator a interpretar James Bond foi Daniel Craig, que durante 16 anos, gravou 5 filmes da saga.

Construção de um mito

O sucesso da franquia está baseado em dois pilares: boas tramas e um grande protagonista. A construção do personagem James Bond é um dos maiores trunfos da saga. Em linhas gerais, os livros de Ian Fleming deixam claro os principais rasgos do herói. No entanto, vale destacar como esses factores são transportados para o cinema.

Para começar, James Bond é fiel à sua pátria, contudo, no trabalho, as suas diretrizes são, por assim dizer, mais “elásticas” que o normal para um espião de segurança do estado. Essa forma despojada e desafiante é um trunfo para cair nas graças do público.

Outro ponto-chave é a relação de Bond com os carros. A cada novo filme, ele dirige um automóvel diferente, o único que nunca muda é a potência e elegância da máquina. Na lista de modelos utilizados estão os icónicos Aston Martin DB5, Aston Martin V8 Vantage Volante, Ford Fairlane, BMW Z3 e o Lotus Esprit S1.

Além das máquinas automotoras, existem outros factores que ajudam na construção do personagem. Um lugar que aparece com certa frequência e mostra a faceta ousada de James Bond são os casinos. Esse ambiente místico — que mescla emoção e tensão, diversão e risco — representa parte fundamental do espírito do agente. O cenário é tão presente que até nomeia um dos filmes: 007 – Casino Royale (2007).

Em O Agente Secreto 007 (1962), o filme que dá o primeiro passo da saga tem na sua cena de abertura uma animada partida de blackjack, num casino de luxo em Monte Carlo. O jogo, um dos favoritos dos diretores, exige destreza e sangue-frio, algo que se destaca no personagem desde o primeiro momento. A sua origem é remota e os anos só o beneficiaram, pois, além da fama nas mesas dos casinos e diversos outros filmes, o blackjack abriu passo no mundo digital, sendo oferecido em plataformas especializadas e convertendo-se num dos jogos de casino mais populares no mundo online.

Para completar o quadro, as paixões ferventes e fugazes são outro aspecto da conduta de James. O agente irresistível sempre encontra uma nova — às vezes, antiga — paixão nas suas aventuras e, essas mulheres, mais conhecida como Bond girls, jogam um papel notável nas acções do espião britânico.

A saga está às portas de completar 60 anos e não demonstra sinais de desgaste. A última aparição de James Bond, 007 — Sem Tempo para Morrer (2021), foi a despedida de Daniel Craig do papel e também deixou em suspense: qual será a continuidade dessa franquia com lugar de destaque na história do cinema?

 

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