Ângelo Rodrigues novamente operado

Ângelo Rodrigues encontra-se a recuperar de uma nova operação cirúrgica à perna esquerda. O pesadelo do ator começou em 2019.

Ângelo Rodrigues encontra-se a recuperar de uma nova operação cirúrgica à perna esquerda. O ator atualizou o estado de saúde, mostrando imagens em que aparece deitado na cama de hospital com a perna toda ligada. “Na luta”, descreveu. Recorde-se que Ângelo Rodrigues teve uma infeção muito grave na perna que o deixou em risco de ser amputado e em risco de vida. Esta é a 11.ª cirurgia a que é submetido para tentar minimizar os danos.

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Foi a 26 de agosto de 2019 que Ângelo Rodrigues deu entrada nas urgências do Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde ficaria internado durante cerca de dois meses. Alegadamente, a infeção grave foi causada por uma injeção de testosterona. Os médicos foram obrigados a colocá-lo em coma induzido.

Ângelo Rodrigues revela: “Tiveram de abrir o meu corpo todo”

Num documentário produzido pela SIC, e exibido um ano após a pior fase da vida de Ângelo Rodrigues, o ator relatou todo o drama que viveu quando esteve entre a vida e a morte.

“Tiveram de abrir quase metade do meu corpo, tenho uma cicatriz que vai desde o topo da perna até quase ao gémeo. Tiveram de abrir o meu corpo todo, porque o tecido necrosado era tanto. Fiquei com pouco coisa a mais do que osso ou pele”, declarou.

Com o estado de saúde considerado muito grave, os médicos ponderaram amputar-lhe a perna. Esteve internado nos cuidados intensivos, com várias falências, nomeadamente cardíaca e hepática.

“Durante os quatro dias em que eu estive em coma há uma imagem muito clara na minha cabeça. Eu estava num corredor escuro como se tivesse sido abandonado na escuridão. Sentia uma pressão na minha boca como se tivesse um anzol e no local havia portadas e elas abriam e fechavam, abriam e fechavam constantemente e eu só pensava: ‘a vida é só isto, a vida é suposto terminar aqui’», recordou emocionado, no mesmo documentário.

“Desci aos confins da minha dignidade”

Durante o longo internamento, Ângelo Rodrigues nunca conseguiu ter coragem para olhar para as pernas. Mas o pior foi a fase em que precisou de usar fraldas. «Todas as necessidades eu fazia aqui [cama]. Todo o processo de tirar a fralda, viral de lado, limpar, algaliar», recordou, dizendo ter descido aos “confins da dignidade”: “Para conseguir olhar para cima e valorizar muito mais a vida neste momento”.

Nesta fase dura, Ângelo Rodrigues perdeu tanto peso que a balança voltou ao “mesmo de quando tinha 18 anos». Além disso, voltou a precisar dos cuidados da mãe. «Psicologicamente, chegar aos 32 anos e estar aos cuidados da mãe é voltar à infância. A minha mãe ajudava-me a levantar, a tomar banho…”.

“O mau manuseamento de material que eu fiz em casa foi o que acabou por escalar a minha condição física”

O ator deu também uma explicação para  as injeções que estiveram na origem do grave problema de saúde. “Estava a morar no Rio de Janeiro, sentia que as expetativas que eu tinha para a minha carreira não estavam como eu queria. Isso gerou alguns períodos de desalento, alguns pensamentos depressivos, falta de concentração, no fundo era uma angustia existencial. Com isto eu senti que precisava de ajuda. Até que houve um dia em que emocionalmente desabei. Esta felicidade que todos nós projetamos [nas redes sociais] não corresponde à realidade…”

“Foi aí que me falaram do tratamento de reposição hormonal. Procurei uma clínica, fiz testes ao sangue, acabou por confirmar-se que era uma descompensação no sistema endócrino. Iniciei o tratamento. Eu não tinha qualquer julgamento em relação ao tratamento que ia fazer, atentando que foi por questões de saúde… fiz os primeiros tratamentos na clínica, de injeção intramuscular. Depois, surgiu trabalho em Portugal e eu não queria parar o tratamento. E foi essa decisão que acabou por desencadear tudo o que aconteceu”.

“Não tenho intenção de desculpar os meus erros. Tenho plena noção da magnitude do meu erro. Perguntei ao endocrinologista se podia continua o tratamento em Portugal e ele acedeu. Foi esta decisão de querer continuar este trabalho em casa que acabou por ser o princípio do fim. O mau manuseamento do material que eu fiz em casa foi o que acabou por escalar a minha condição física. Não o deveria ter feito. Não sendo profissional e sendo amador, foi de uma ignorância atroz”.

“Foi mesmo do mau manuseamento do material, não foi sequer da validade do produto, ou a qualidade. Foi mesmo o ser eu profundamente ignorante e fazer o mau manuseamento que acabou por ditar o meu fim”.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Reprodução Instagram e Impala

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