António Joaquim em liberdade arrepende-se da relação com Rosa Grilo

António Joaquim foi colocado em liberdade na sexta-feira, 6 de dezembro, depois de lhe terem sido alteradas as medidas de coação. Em entrevista a Hernâni Carvalho, elogia a ex-mulher e diz-se arrependido de se ter divorciado «do nada».

António Joaquim em liberdade arrepende-se da relação com Rosa Grilo

António Joaquim foi colocado em liberdade na sexta-feira, 6 de dezembro, depois de lhe terem sido alteradas as medidas de coação aplicadas pelos juízes do Tribunal de Loures. Depois de ter estado detido mais de 400 dias. o ex-amante de Rosa Grilo foi entrevistado por Hernâni Carvalho a quem revelou como soube que iria deixar a prisão.  Estava no parlatório (local onde os reclusos recebem as visitas dos advogados) do Estabelecimento Prisional Anexo à Polícia Judiciária, reunido com os advogados de defesa quando a reunião entre ambos foi interrompida por um dos guardas: «Sr. António, tenho de o levar de urgência ao chefe dos guardas, disse-me o guarda prisional que interrompeu a reunião. Nem me despedi da Drª. Joana Sousa», começou por contar.

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No percurso até ao local onde iria receber indicações do chefe dos guardas, António Joaquim passou por diversos outros reclusos que lhe disseram que ia sair em liberdade, pois já estava a ser noticiado em todos os órgãos de comunicação social. «À medida que passávamos pelos corredores, os outros reclusos gritavam-me: ‘Vais sair!’. Não acreditei. ‘Vais-te embora!’, pensei que fosse brincadeira, mas eles insistiam: ‘Está a dar nas notícias…’ O guarda nada me disse até chegar ao gabinete do chefe dos guardas que me disse: ‘Sr. António chegou uma ordem da juíza para ser imediatamente libertado! Arrume as suas coisas que o senhor vai-se embora daqui agora’. Só aí é que acreditei que ia acabar tudo…».

Os últimos momentos na prisão

António Joaquim voltou à cela onde esteve mais de 400 dias sem nunca dirigir a palavra aos outros reclusos. Agarrou nos seus pertences, ofereceu a televisão a um dos colegas e saiu. «Já não me deixaram contactar com mais ninguém. Fui à cela, meti tudo num saco de plástico, dei a TV a um companheiro e fui à secretaria. Aí, tomei conhecimento oficial do mandado de libertação e assinei o Termo de Identidade e Residência. Devolveram-me o dinheiro, a carteira e o cinto que tinha quando fui preso», afirma.

O ex-amante de Rosa Grilo conta ainda que foi levado para uma saída alternativa e deixado em frente a uma praça de táxis. «Não tenho de estar aqui, nunca tive de estar aqui! Finalmente!», foram os primeiros pensamentos de António Joaquim ao sair da prisão.

A mulher que nunca foi esquecida

António Joaquim contou a Hernâni Carvalho que, quando recebeu a notícia da sua libertação, pensou logo na ex-mulher e nos filhos. «Foi um turbilhão», disse. «Vieram-me logo à cabeça a Nanda e os meninos. Ela, que, mesmo divorciada, nunca deixou de me visitar e de me levar os filhos. Ela que esteve presente quando quase todos me faltaram», revela.

António assume que errou com Fernanda e percebe a decisão dela em pedir o divórcio. Ainda assim, volta a referir que a ex-mulher nunca lhe faltou e que sempre lhe levou à prisão tudo o que ele pedia, incluindo a visita dos filhos.

Recebido pela mãe

Ao sair da prisão, António Joaquim entrou dentro do primeiro táxi que lhe apareceu à frente e pediu que o levasse à morada da casa de familiares no Ribatejo. Durante o percurso, foi olhando para as ruas, vendo o céu e as pessoas.  À chegada ao Ribatejo, a casa de familiares, foi recebido pela mãe que o abraçou em lágrimas. «Quando cheguei aqui vi a minha mãe. Abracei-a e fui para um quarto. Não quis ver ninguém, precisei de estar sozinho. Depois regressei à liberdade. Abracei o meu irmão e os meus meninos que, entretanto, chegaram. De novo, a Nanda não me falhou. Esta mulher…», afirma.

Futuro incerto

António Joaquim foi colocado em liberdade estando a aguardar pelo acórdão do julgamento, a 10 de janeiro, apenas com o Termo de Identidade e Residência. O ex-amante de Rosa Grilo confessa-se ansioso com o futuro . «Com a sorte que tenho, ainda me vêm buscar outra vez. É o que penso até altas horas da noite. Desde que fui libertado só adormeço por volta das quatro da manhã. Penso em tudo e em todo este tempo em que estive preso. Não me arrependo de nada do que fiz. Porque nada fiz! A única coisa que não deveria ter feito foi aceitar o divórcio sem tentar resistir e emendar as coisas. Não me arrependo de mais nada!», assume.

De baixa até 10 de janeiro

António Joaquim deslocou-se ao médico de família na segunda-feira, 9 de dezembro, para pedir baixa, de forma a conseguir ficar em casa enquanto aguarda julgamento, não regressando assim ao Campus da Justiça antes de saber a sentença. O oficial de justiça continua em risco de cumprir uma pena de 25 anos de cadeia ou, na melhor das hipóteses, de ter uma pena menor ou sair em liberdade.

Texto: André da Silva Carvalho; Fotos: Reprodução Instagram

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