António Raminhos fala da ansiedade e deixa mensagem especial à mulher
António Raminhos sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo que se traduz em ansiedade pois o cérebro não normaliza as coisas simples do dia-a-dia.
António Raminhos tem estado cada vez mais ativo no que diz respeito à sensibilização para doenças como a ansiedade e também o transtorno obsessivo compulsivo, de que sofre. O humorista partilha regularmente com os seguidores alguns dos episódios vividos com a doença e, no início do mês, retratou aquele que considera ter sido um dos piores momentos da sua vida.
«Fiquei frente a frente a um dos meus maiores medos. Estava assustado, desorientado. Naquele momento morri. Estava condenado à morte e sem futuro. Sem saber o que fazer. E ainda estou, muito. Já levo muitos anos nisto e muito trabalho, mas às vezes é como remar com calma e perseverança, e, de repente, vem um tsunami. E isso magoa. Sinto-me triste, revoltado, abandonado, incompreendido e vazio», desabafou, sem dar grandes pormenores relativamente ao sucedido e aconselhando todas as pessoas que sofrem do mesmo problema a procurarem ajuda.
«Esta mensagem é para o outro lado, para quem vive de perto com alguém que sofre de ansiedade»
Na noite deste sábado, 12 de setembro, António Raminhos voltou a abordar o assunto mas desta vez o foco foi outro: a mulher. O apresentador agradeceu à companheira e mãe da filhas por estar sempre ao seu lado nos momentos difíceis, mesmo quando não o compreende ou quando não consegue ajuda-lo a ultrapassar certas situações.
«Quem vive sozinho com a ansiedade tem as suas vantagens e desvantagens… como tudo. Já lá estive também. Mas esta mensagem é para o outro lado, para quem vive de perto com alguém que sofre de ansiedade. Esta é a mulher que mais amo, mas também a que mais magoo sem querer e às vezes quase impotente. Eu tenho a certeza absoluta que qualquer pessoa que sofra de ansiedade ou transtorno obsessivo dava tudo para não colocar o peso da sua dor nos ombros dos outros. Mas não é uma mania, não é ser chato ou esquisito… é querer procurar uma calma que raramente chega. Mil perguntas já lhe fiz “se faz mal”, “se vai ficar tudo bem”, ” se achas que isto é algum problema…” , outras simplesmente ela vê o vazio ou o pânico no meu olhar. Mas está lá sempre… muitas vezes eu sei que não compreende o que estou a sentir, mas está lá sempre. Muitas vezes não me responde às perguntas, porque já respondeu e porque isso na realidade não ajuda, mas está lá sempre. A melhor ajuda que pode dar é essa e sobretudo incentivar-me a procurar ajuda, a ler, a estudar, a falar com quem seja preciso. Mas o trabalho tem de ser meu. E por eu estar lá disponível para isto… ela também está lá sempre».
Texto: Inês Marques Fernandes; Fotos: Instagram
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