Coronavírus. Testemunho de uma operadora de loja: «Os clientes gritam connosco»
Maria Silva, de 30 anos, tem vivido a pandemia da Covid-19 a trabalhar, na impossibilidade de ficar em casa com a família. «A sensação que temos é que estamos num daqueles filmes de terror», afirma.
Nos últimos dias, e a viver em plena pandemia do coronavírus, os portugueses correm para as compras como se o Mundo fosse acabar. Poucos são os que se lembram de agradecer também a quem trabalha e arrisca para que não nos falte comida na mesa. Muito pelo contrário. A falta de civismo, de respeito e educação tem levado os operadores de loja às lágrimas.
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«A ansiedade a crescer ao ritmo da fila lá fora»
Maria Silva tem 30 anos e trabalha num conhecido hipermercado do país. Aquilo a que tem assistido só consegue comparar a um filme de terror: A ansiedade começa ainda antes da loja abrir. «Tem sido muito difícil. A sensação que temos é que estamos num daqueles filmes de terror. Estive uns dias a fazer a abertura da loja, ou seja, a entrar às 6h30. Quando chegava tinha o meu sector totalmente vazio e as paletes, que num dia normal são abertas uma de cada vez, vão diretamente para dentro da loja para começar a encher tudo o que é prateleira. Começo a ver que o sol já nasceu e a ansiedade a crescer ao ritmo da fila lá fora, ainda antes da porta abrir. Temos uma pausa para tomar o pequeno almoço e enchermo-nos de força, mas ainda tenho tanto para fazer que mal mastigo e lá vou eu de novo. Ansiosa.»
«Tenho medo, muito medo»
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