Fernando Chalana “foi enganado, abusado e maltratado”, diz Paulo Futre

Fernando Chalana morreu nesta quarta-feira, aos 63 anos. Nas redes sociais, vários famosos prestam homenagem ao ex-jogador e recordam as suas vitórias.

Fernando Chalana

Fernando Chalana morreu na madrugada desta quarta-feira, 10 de agosto, aos 63 anos, e as homenagens sucedem-se nas redes sociais. A notícia foi avançada pelo Sport Lisboa e Benfica, onde o ex-futebolista, que sofria de Alzheimer há vários anos, jogou durante vários anos. “Fernando Chalana, o nosso Pequeno Genial, faleceu, aos 63 anos, na madrugada desta quarta-feira, 10 de agosto. Um dos grandes e eternos nomes da Mística do Sport Lisboa e Benfica, ingressou no Clube aos 15 anos e representou-o, primeiro como jogador, durante 13 épocas (1974-1984 e 1987-1990), e depois, durante largos anos, como elemento técnico ligado ao futebol. Natural do Barreiro, onde nasceu no dia 10 de fevereiro de 1959, Fernando Chalana vestiu oficialmente o Manto Sagrado pela primeira vez no dia 7 de março de 1976, com apenas 17 anos e 25 dias. Até àquela data, nunca ninguém tão jovem havia atuado na 1.ª Divisão portuguesa”, pode ler-se no comunicado.

Paulo Futre foi um dos primeiros a reagir nas redes sociais. “O meu grande ídolo Fernando Chalana faleceu hoje. O pequeno grande génio. Sempre será a minha maior referência e inspiração. Os meus mais sinceros pêsames para a família. Até sempre Mito”, escreveu. Já Pedro Fernandes partilhou um longo texto sobre o ex-jogador, enaltecendo alguns dos seus maiores feitos desportivos que ficarão para sempre na História: “Hoje morreu a infância. Fernando Chalana foi o herói de toda uma geração de benfiquistas e amantes do futebol em estado puro. As fintas. A forma como, com um movimento do corpo, sentava os defesas. Aquele Euro 84, claro. Mas e o golaço de fora da área que uma vez abriu a contagem num Benfica-Varzim? As coisas que guardamos! E quando num derby meteu um golo quase da linha de fundo, para depois correr para os adeptos, desejosos de invadir o campo, em festa, daí a minutos? Eu era um menino, sentado nas escadas do estádio, a estreitar por entre os chapéus brancos de sol, aqueles em forma de ovni, para aquele extra terrestre da camisola 10”. “O melhor que vi com a camisola do meu clube. E humano. Era o maior, mas de estatura baixa e de uma humanidade que parece irreal, quando olhamos para os inatingíveis génios do futebol de hoje, com as suas entourages, assessores e redes. Chalana foi tão maior que o seu metro e 65. Foi fantasia, malandrice, infância a jogar à bola, foi génio e como todos os heróis que são humanos, foi enganado, abusado e mal tratado, deslumbrou-se e desiludiu-se. Mas foi gigante, grande e imenso como a infância. Que hoje morreu mais um bocadinho”, escreveu, acrescentando ainda: “Chalana, obrigado não chega para o tanto que deste àquele miúdo que ia à catedral com esperança em ver-te e a fé absoluta que uma finta tua ia acabar por resolver e deixar tudo bem. Tendo em conta a prisão interior em que viveste nos últimos anos, é com um sorriso que penso, no meio da imensa tristeza, que tu, querido Chalana, ainda tiveste engenho e arte para, com um movimento de ginga, sentares a doença e avançares para o campo agora aberto para ti, rumo ao golo. Lenda Absoluta. Ouves o barulho ao fundo? É a multidão, rendida, a fazer-te vénias. E esta lá o puto Pedro. De lágrimas nos olhos. Bom descanso, melhor número 10 de sempre”.

Tozé Brito comentou esta partilha de Pedro Ribeiro, escrevendo apenas “Genial”. Fernando Alvim também prestou homenagem ao ex-futebolista: “Foi o primeiro jogador do Benfica que imitei. Muito mal, mas imitei. Durante muitos jogos de bola na minha infância, quando jogava, eu imaginava que era o Chalana. A sua tímida parecença com o Astérix, fizeram que lhe chamasse a vida toda, Chalanix. E agora o Chalanix vai fintar tudo e todos, como sempre o fez, no lugar para onde for. Obrigado e até sempre, Chalanix. Já Herman José recordou a participação de Fernando Chalana no programa “Hermanias”.

 

Texto: Patrícia Correia Branco;
Fotos: Reprodução redes sociais e Impala

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