Guilherme Geirinhas Sofre de transtorno obsessivo-compulsivo: “Sou completamente maluco”
Da ansiedade ao transtorno compulsivo-obsessivo, eis a luta do humorista que arrecadou o Globo de Ouro.
Guilherme Geirinhas conquistou o Globo de Ouro de Personalidade do Ano no Digital. Os projetos ‘ADN de Leão’ e ‘Bom Partido’ terão feito pender a balança para seu lado.
Quem se mostrou inconformada com a derrota nesta categoria foi Ana Garcia Martins, mais conhecida por Pipoca Mais Doce.
“Já fiz tudo em 20 anos. Não sei mais o que é que posso fazer, portanto, acho que vou só fazer aqui uma pausa. Estou muito cansada disto, são muitos anos aqui a trabalhar, a dar o máximo, a reinventar-me. E não me apetece mais, sinceramente não me apetece mais”, confessou. Inês Aires Pereira teve mesmo de ‘confortar‘ publicamente a amiga e deixou farpas à SIC!
No podcast Humor À Primeira Vista, o humorista revelou alguns detalhes mais íntimos da sua vida, nomeadamente o facto de sofrer de ansiedade e de TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
A condução como grande compulsão
Na sua própria série “Vai Correr Tudo Bem” revelou algumas das situações com as quais se debate. “O que eu sinto é que quando há alguma coisa que interfere comigo, por exemplo, uma lomba interfere com o carro. Aí tenho de voltar para confirmar, porque nada me garante se era uma lomba ou se era uma criança que estava a apertar os atacadores no meio da estrada. Aí tenho de verificar que correu tudo bem”.
A condução era, de facto, uma das grandes ‘cumpulsões’. “Para mim era muito trigger conduzir à noite. É quando acontecem os crimes, é quando os ladrões decidem assaltar as casas, decidem matar pessoas. Portanto, conduzir à noite era muito mais difícil do que conduzir de dia. Eu ia e usava um truque, filmava sempre o caminho. […]”, explica.
“Metia o telemóvel à frente e filmava. Sim, eu sou completamente maluco dos cornos. Imagina que ia de minha casa ao padel, demorava mais ou menos quinze minutos. Como sou uma pessoa muito pouco pontual, saio quinze minutos antes, não posso voltar atrás nessa altura, ou chego atrasado ao padel. Portanto, fui tentar arranjar uma estratégia que me permitisse não chegar atrasado e então comecei a filmar o caminho. E filmava sempre, se fores ver o meu rolo da câmara, há uns meses… Depois chegava ao destino e via o caminho todo. Cheguei a ver vídeos de duas horas meus de condução. Fazia um scroll rápido, lembro-me de que quando passava por viadutos e a luz baixava aí via com alto detalhe. Só por estar a falar sobre isto quer dizer que já não faço.
Texto: Tomás Cascão; Fotos: Arquivo Impala & Redes sociais
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