Hélder Reis “O Goucha deu um futuro à minha vida”

O convidado desta semana de Nuno Azinheira é Hélder Reis, que há 25 anos, brilha na estação pública

Aos 49 anos, Hélder Reis fala de voz baixa e pausada. Diz-se sereno e consciente das escolhas que fez. Os portugueses veem-no na RTP há 25 anos, mas a maior parte não sabe que viveu 12 num seminário a estudar para ser padre. Tem duas licenciaturas, escreveu livros de poesia, romance e infantis, e é um agricultor de sucesso em Mirandela. Uma conversa sobre a Fé, a Igreja e o Amor.

Quando olhas para a tua carreira televisiva, sentes que ela é como a verdade: o teu profissionalismo há de vir sempre acima?

Tem vindo. Sou um privilegiado que faz televisão há 25 anos e nunca teve uma semana sem ter trabalho. Isto para mim é muito importante e significativo [pausa]. Quando entrei nos quadros da RTP, o Dr. Luís Marques [à época administrador da empresa, com o pelouro dos conteúdos] disse-me: “Hélder, tens de ser da RTP porque preenches os requisitos todos”. Foi num dia muito característico, em que de manhã estive com a Fátima Campos Ferreira a fazer um trabalho em Fátima e à noite estava a fazer uma emissão de festejos do FC Porto.

 

Não te sentes uma espécie de “bombeiro” da RTP, que vai às sobras e que faz as férias dos apresentadores principais?

[sorriso] É o que é. Também fiz o Notícias do Meu País durante meio ano, que era um programa incrível. Fiz agora um programa de minha autoria, Um Mundo na Aldeia, com a Joana Teles. Fiz a Praça da Alegria durante 20 anos como repórter, onde muitos trabalhos eram sugeridos para mim, e estou a fazer agora a minha rubrica em A Nossa Tarde e o Aqui Portugal ao fim de semana. E quanto à substituição de pessoas, tens de ser bom para o fazer. Se não fosses, não ias substituir aquela pessoa [pausa]. Para mim nunca foi nem desprestigiante, nem nunca tive a pretensão que aquela substituição significasse ficar com o lugar daquela pessoa.

 

Que papel é que o Manuel Luís tem na tua vida?

O Manuel é uma referência. Tenho uma dívida de gratidão com ele e ele sabe porque já o disse. Ele deu um futuro à minha vida.

 

Como assim?

Quando saí do seminário, eu sabia que não queria ser padre, mas não sabia o que queria ser.

 

Os teus pais não acharam graça à tua entrada no seminário aos 12 anos. Imagino que, quando saíste aos 23, também não tenham gostado.

Não, não gostaram [risos]. Eles tinham-se habituado à ideia. Tinham imenso orgulho e imensa expectativa.

 

Como é que nasce essa tua vontade de ir para o seminário? Não era uma coisa óbvia na tua família.

Não, a minha família é católica, mas nada parecia indicar que a minha passaria pelo seminário. Eu tinha – e ainda mantenho – relação com um grupo de amigos de rua e tive uma infância muito feliz, de praia, de rua, de brincadeiras…

 

Leia a entrevista na íntegra na sua NOVA GENTE desta semana. Em banca!

 

Texto: Nuno Azinheira; Fotos: João Manuel Ribeiro

 

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