Endometriose obrigou Inês Mocho a fazer dois abortos

Inês Mocho recorda gravidezes que não evoluíram devido à endometriose. A maquilhadora conta que no segundo aborto foi obrigada a retirar uma trompa.

Inês Mocho sofre de endometriose, doença inflamatória crónica marcada pela presença de células endometriais (próprias da cavidade uterina) em localizações fora do útero. A maquilhadora esteve à conversa com Maria Botelho Moniz e Cláudio Ramos no “Dois às 10”, da TVI, e contou que descobriu o seu problema só aos 30 anos.

“Sempre tive menstruações muito dolorosas, mas eu ouvia que era normal. Já sabia que havia alturas em que, quando me vinha o período, ficava de cama, impossibilitada de sair”, começou por dizer a apresentadora do “Look@me”, da SIC Caras, acrescentando outro sintoma: “Tinha fluxos muitos grandes, de sete dias ou mais”. Na altura, nem tocava neste assunto com o médico, por achar ser normal.

Inês Mocho começou a perceber que algo estava errado quando deixou a pílula como meio contraceptivo e começou a usar o anel vaginal. “Achei que era muito prático. De repente, e sistematicamente, ficava com umas dores insuportáveis antes de me vir o período, ao ponto de ir parar às urgências. A minha barriga começava a inchar muito, parecia que tinha gases, ficava com muitas cólicas e não conseguia esticar-me. Entrava muitas vezes nas urgências quase a chorar de dores”.

Na altura, diziam-lhe que “eram gases”. Como ia sempre ao mesmo hospital e tinham o relatório das suas idas permanentes às urgências, um médico disse-lhe que tinha de ficar internada. Foi então diagnosticada com endometriose, doença da qual nunca tinha ouvido falar, mas que impossibilita algumas mulheres de serem mães. Inês engravidou sem problemas da filha, atualmente com quatro anos, fruto da sua ex-relação com Miguel Domingues. Mas o mesmo não aconteceu a seguir.

Inês Mocho: “Tive de retirar a trompa”

Antes do casal se separar, tinha Leonor dois anos, Inês Mocho voltou a engravidar. “Eu sabia que estava grávida, fui toda contente à médica quando descobri que era uma gravidez ectópica (ocorre nas trompas de falópio). Na altura, fiquei com uma raiva tão grande e emocionalmente foi muito difícil de gerir, porque me disseram que só havia uma solução: o aborto. Foi um aborto químico, em que acaba por ser um bocadinho mais suave para o corpo da mulher”, conta, referindo que lhe foram administradas umas injeções que “vão destruindo tudo o que se está ali a criar e depois o corpo absorve”.

Na altura em que estava a ter alta, Inês Mocho voltou a engravidar. Não disse a ninguém e foi logo a um centro de ecografias pedir para verem se também esta gestão era ectópica, algo que se veio a revelar. “Era na mesma trompa, a direita, e eram gémeos. A médica disse que como era um embrião duplo já não havia hipótese [de o aborto] de ser por injeções. Tive de fazer uma cirurgia e retirar a trompa”, contou a maquilhadora.

Além de Inês Mocho, também Sara Norte, Vanessa Martins e Anitta, que foi operada recentemente, sofrem de endometriose.

Texto: Carla S. Rodrigues; Fotos: DR

 

 

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