Joana Diniz | A gravidez, o cancro da mãe, a violência doméstica e o parto prematuro
Joana Diniz abre o coração e fala do cancro da mãe, do parto prematuro e da violência doméstica.
A vida de Joana Diniz não tem sido fácil. A ex-concorrente da Casa dos Segredos abriu o coração a Fátima Lopes e fez várias revelações sobre o parto prematuro, o cancro da mãe, racismo e violência doméstica.
Mãe de Valentina desde agosto de 2019, Joana Diniz frisa que se considera «mãe e pai». «Sou mãe e pai praticamente. Vivo a minha filha muito intensamente desde a gestação».
Apesar de ter o sonho de construir uma família, a hairstylist revela que se assustou quando descobriu a gravidez, que, conta agora, «não foi fácil». Durante a gestação, Joana Diniz separou-se do pai da filha e descobriu que a mãe, Lurdes Diniz, lutava contra uma grave doença.
A gravidez, o cancro da mãe e o parto prematuro
«Engravidei, passado um mês separei-me. Passado um mês soube que a minha mãe estava com cancro da mama. Foi um processo doloroso. Quando a minha mãe soube que estava com cancro ia para as minhas consultas […] No dia que a minha mãe começou a fazer radioterapia, porque já tinha retirado um bocado do peito, nasce a Valentina. No dia que a minha mãe acabou de fazer os tratamentos de radioterapia, a Valentina sai do hospital», explica.
As notícias negativas acabaram por ter várias consequências na gravidez de Joana Diniz. Uma delas foi o facto de Valentina nascer prematura.
«Eu só engordei cinco quilos, não comia porque não conseguia. A Valentina nasceu de 34 semanas e 4 dias. Tive uma gravidez extremamente nervosa e com muita ansiedade, a oxigenação já não estava a chegar ao cérebro. Uma vez estava a sair de casa e comecei a perder um líquido. Fui ao hospital de Vila Franca […] e até os médicos me disseram que se não tivesse ido ao hospital supostamente o que aconteceria provavelmente é que a minha filha não estivesse cá».
Após o parto, a filha da influencer esteve internada na neonatologia durante 29 dias. «A maternidade mudou-me muito enquanto mulher, enquanto pessoa. Mas o simples facto de ter passado quase um mês na neonatologia e de conhecer mães que já estavam […] Nós quando somos mães queremos logo trazer os nossos bebés para casa…Eu acho que todas as mães deviam passar 2/3 dias na neonatologia. Eu aprendi muito!», considera.
Joana Diniz conta, emocionada, que nessa altura tinha de cuidar da bebé, internada por ter nascido prematura, mas também da mãe, que estava no mesmo hospital devido a uma intervenção cirúrgica.
Sobre Igor Sanchez, o pai de Valentina, Joana afirma: «Faz o papel dele de progenitor, de alguma forma. Mas eu sou mãe e pai».
Os comentários racistas dirigidos à filha
Na mesma entrevista a Fátima Lopes, Joana Diniz aborda também o racismo que diz ter sido vítima, especialmente dirigido à filha. «Tens uma filha preta. Que horror», foi uma das mensagens que a indignaram.
«As pessoas quando querem são más connosco. Quando saí do programa estive três meses sem sair de casa. Eu tinha medo. As pessoas ofendiam-me e ameaçavam-me, com tudo», garante. «Nunca tinha recebido uma mensagem destas, tocou-me. É a minha filha. Assusta-me porque a minha filha vai para a escola e recebi mensagens de outras mães a dizerem que as crianças sofrem horrores com racismo […] Não estou preparada para a minha filha, daqui a dez anos, chegar a casa com esse tema. Não sei como hei-de agir», acrescenta. «Acho que as pessoas deixaram de ser humanas», considera.
O passado de violência doméstica
Joana Diniz não fugiu a nenhum assunto e acabou por abordar a violência doméstica que sofreu no passado. A jovem faz questão de frisar não se tratar de Igor Sanchez, e de manter o nome do agressor no anonimato. «Aquilo já não era amor, aquilo era uma doença que a pessoa tinha. Já não me amava […] a primeira vez que aconteceu [agressão] eu fiquei em choque, não estava à espera daquela atitude», conta.
«Eu estava a tomar banho e saí do banho e foi aí. Dou-me bem com os meus amigos e a maioria são homossexuais. Tinha um amigo, com quem sempre dancei, que me cumprimentava sempre com um beijinho na boca quando chegava ao pé de mim. Já o conhecia há anos. Fomos sair à noite com esse meu amigo que até faz shows de travesti – é homossexual assumido – ele deu-me um beijinho na boca e o outro estava um bocadinho com os copos. Na noite correu tudo muito bem e quando chega a casa foi aquele desfecho», pormenoriza, desvendando que não contou a ninguém, nem mesmo à mãe.
«Fiquei sem reação e nunca ninguém soube de nada. A minha mãe só soube por aquilo que eu tinha passado quando fui ao Você na TV!. Ligou-me a chorar.»
«Passou-me tanta coisa pela cabeça»
Na altura, Joana Diniz não trabalhava. Por isso, ficou «refém». «Sempre que havia álcool à mistura acontecia. Até que depois separei-me».
Fátima Lopes quis saber porque não fez queixa na polícia. Joana Diniz responde que tinha «vergonha» por ser figura pública. «Vergonha por ser conhecida. Por achar que ninguém iria acreditar. Não sei, passou-me tanta coisa pela cabeça. Preferi estar em silêncio, sei que a minha mãe ia ficar magoada. Sempre escondi […] durante meses deitei-me com uma pessoa onde o respirar já me fazia confusão. Tinha medo dele, percebi que não era amor, mas uma doença que ele tinha. Para me atingir era capaz de qualquer coisa».
Alguma vez sentiu a vida em perigo? «Assustei-me duas vezes. Uma vez foi de carro porque ele começou a acelerar e começou a dizer ‘eu vou mas tu vais comigo’. Cheguei a casa em pânico. Outra vez foi na primeira vez que aconteceu, senti mesmo que iria ficar ali.»
Texto: Inês Borges e Ricardina Batista; Fotos: Reprodução redes sociais e Impala
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