Jornalista da TVI alegadamente ameaçado de morte por ex-companheiro
O Ministério Público defende que André Carvalho Ramos «incorreu na prática em autoria material de um crime de violência doméstica». A alegada vítima, Emanuel Monteiro, não quis falar.
André Carvalho Ramos foi formalmente acusado de violência doméstica pelo Ministério Público. Em causa está a relação abusiva que terá mantido com Emanuel Monteiro, também ele jornalista da TVI. O namoro durou dois anos e os comportamentos de violência ter-se-ão estendido por «mais de um», «de forma consecutiva», terminando já após o fim da relação que os unia, em junho de 2017.
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Na acusação formal, o Ministério Público defende que «o arguido incorreu na prática em autoria material de um crime de violência doméstica». Requer, por esse motivo, «que seja arbitrada uma quantia a título de reparação pelos prejuízos sofridos ao ofendido».
O caso segue em tribunal, com André Carvalho Ramos a aguardar julgamento com termo de identidade e residência como medida de coação, a menos gravosa que pode ser aplicada por um juiz. Os dois jornalistas, que continuam a coabitar na mesma redação, arrolaram como testemunhas 20 pessoas, a maior parte das quais da mesma área profissional.
Ameaças de morte em viagem para a TVI
O ambiente descrito por Emanuel Monteiro, que pode ser lido no despacho de acusação contra André Carvalho Ramos, citado pelo semanário Sol na edição deste sábado, é de horror. Um dos episódios que consta da acusação remonta a outubro de 2016, quando, num bar de Londres, Inglaterra, a alegada vítima terá conhecido outro homem e o arguido ficado com «ciúmes». André Carvalho Ramos terá ofendido o companheiro da altura e tê-lo-á agredido com «duas pancadas com a mão aberta da cara».
Os casos de violência física e psicológica ter-se-ão perpetuado no tempo e no espaço. A casa em que o casal vivia, um centro comercial lisboeta e vários estabelecimentos de diversão noturna são alguns dos locais citados na acusação, além do carro que partilhavam, onde, numa viagem em direção à TVI, houve alegadamente uma ameaça de morte. «Vou matar-te», terá dito André Carvalho Ramos.
A TV 7 Dias tentou obter uma reação dos visados. Emanuel Monteiro não quis prestar qualquer declaração e André Carvalho Ramos não respondeu até ao momento da publicação deste artigo. A mesma revista contactou também a TVI. «Assuntos de vida privada só são comentados pela TVI se tiverem impacto no ambiente laboral e no desempenho profissional dos colaboradores. Nem uma coisa nem outra estão a acontecer», garantiu o canal, na pessoa de Helena Forjaz, a Diretora de Comunicação da Media Capital.
Ambiente tranquilo na redação
O Sol escreve, na edição desta semana, que o caso «originou várias situações de tensão na redação» da estação de Queluz de Baixo. No entanto, fontes escutadas pela TV 7 Dias desmentem esta versão dos factos.
«Não houve tensão nenhuma. Não há alvoroço nenhum», garante uma dessas pessoas. Outra corrobora esta afirmação, mas não deixa de questionar a falta de tomada de posição da TVI: «É estranho que o canal em que os dois trabalhavam e continuam a trabalhar, ainda que em diferentes equipas, não se tenha pronunciado publicamente até agora sobre o caso.»
Ainda que partilhem a mesma área de trabalho, Emanuel Monteiro e André Carvalho Ramos estão, de facto, envolvidos em projetos diferentes, ambos programas de jornalismo de investigação. O primeiro integra o programa Alexandra Borges e o segundo Ana Leal, coordenados pelas jornalistas que lhe dão nome.
Texto: Dúlio Silva
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