Luís Represas quebra o silêncio após grave infeção no coração

Recuperado da doença que o fez parar algumas semanas, Luís Represas prepara-se para (en)cantar no Teatro Tivoli, em Lisboa, a 30 de abril. Mas, antes, falou com a NOVA GENTE.

Luís Represas prepara-se para (en)cantar no Teatro Tivoli, em Lisboa, a 30 de abril, mas, antes, falou com a NOVA GENTE sobre o seu novo single e quebrou o silêncio sobre o seu estado de saúde após ter recuperado de uma endocardite que lhe foi diagnosticada em janeiro.

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Asas de Anjo é o seu novo single e foi produzido em parceria com o músico brasileiro Ivan Lins. Como define este tema?

É um tema de paixão, que simboliza a noção de termos sempre alguém que cuida de nós, alguém que nos ama, como se nunca estivéssemos sozinhos. Não estou a falar de um anjo celestial, mas sim de “anjo pessoa”, que está mais próximo da nossa vida, que faz parte da nossa existência e acaba por ser uma pessoa protetora, dos nossos sentimentos e do nosso amor.

Podemos dizer que os anjos são os seus quatro filhos?

Eu não gosto de fazer associações ou de materializar as minhas canções, porque isso vai colidir com o livre-arbítrio de cada um, de quem recria as canções para o seu próprio universo. Percebo a associação, mas não gosto de definir um alvo para as músicas.

Mas a criação desta música foi diferente. Foi um desafio escrever apenas parte da letra?

Há muitas maneiras de trabalhar em parceria. Esta foi uma delas e é sempre um desafio trabalhar com outros compositores. No caso do Ivan, que tem uma originalidade muito própria, uma carreira e uma vida mundial, e de quem sou amigo há muitos anos, criar uma canção, em que metade é feita por mim e outra metade por ele, há complexidade em criar unidade. Também é importante que seja cantável pelos dois. Tentámos criar uma peça nova com a nossa impressão digital. Acho que isso é que é fundamental, podermos entregar às pessoas o que nós somos e o que gostamos de fazer.

Já alguma vez lhe faltou a inspiração?

Sim, penso que é uma coisa normal. Aconteceu-me isso durante a pandemia. Sofri de uma ausência total de motivação. Para mim, o universo criativo é a rua, é a vida, é o amor, é desafio constante que a vida nos traz, as pessoas, e quando estamos sozinhos em casa nada disso acontece. Há um vazio. Depois há outros momentos que precisam de um empurrão para nos tirar de uma certa letargia e que nos desperte o lado criativo. Por exemplo, no meu último disco, Boa Hora, tive uma longa e curiosíssima conversa com Jorge Cruz, que me conhece bem, e foi aí que nasceu a música Boa Hora. Foi essa conversa que me desbloqueou e me fez arrancar para o disco.

Veja a entrevista na íntegra na edição da NOVA GENTE que está em banca.

Texto: Carolina Sousa; Fotos: D. R.

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