Mafalda Marafusta ultrapassa morte da mãe com nova personagem
Mafalda Marafusta, de 28 anos, viu a mãe sucumbir a um cancro, em outubro do ano passado, depois de, em 2013, ter perdido o pai, vítima de um ataque cardíaco.
O sorriso com o qual falou com a TV 7 Dias em nada denota o momento mais duro da vida pessoal pelo qual está a passar. Mafalda Marafusta, de 28 anos, viu a mãe sucumbir a um cancro, em outubro do ano passado, depois de, em 2013, ter perdido o pai, vítima de um ataque cardíaco.
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«Obrigada por toda a força e carinho»
Da mãe herdou um negócio de praia. Para assumir a gestão do restaurante Cape Fruit, em Santa Maria, Cabo Verde, a atriz começou por viajar até ao continente africano. «A Carolina, dona e alma do Cape Fruit, faleceu. Agora, eu, sua filha, e as meninas vamos continuar este seu sonho. Conto convosco para mantermos este pequeno paraíso de pé. Obrigada por toda a força e carinho», escreveu, nas redes sociais, em fevereiro.
De regresso a Portugal, Mafalda Marafusta retomou as gravações da novela Quer o Destino, que a TVI estreia a 23 de março. Nela, dá vida a Maria Isabel Romão. É sobre isso mas também sobre as circunstâncias em que este projeto se insere na sua vida que se fixa a conversa com a TV 7 Dias. Sempre com um sorriso no rosto.
TV 7 Dias – O que é que este desafio tem de tão diferente?
Mafalda Marafusta – Esta personagem não tem nada a ver comigo. Nada, nada, nada! É muito desbocada! É tudo muito!
Sendo tão diferente de si, onde vai buscar essas características?
Tenho de puxar por mim. Conheço muitas pessoas que têm estas características, muitas das quais eu gostaria de ter. Acho até que já estou a ficar com um bocadinho dela. Já estou a ficar mais extrovertida.
Nas imagens promocionais que assistimos há pouco, vimo-la a cantar.
[Hesita] Viram-me com um microfone, não me viram a cantar.
Mas ser cantora é um sonho da sua personagem?
Não. A Maria e a Vitória [a protagonista da história, interpretada por Sara Barradas] são as melhores amigas. Conheceram-se numa casa de acolhimento. A Vitória decidiu estudar e ser uma pessoa decente, a Maria não. A Maria decidiu roubar turistas, falsificar cartões e essas coisas todas, até que um dia lhe disseram: ‘Tu tens uma cara laroca. Porque não viras cantora pimba?’. E ela foi. Só que ela não canta. O resto terão de ver.
Estava sem fazer ficção há sete meses. Voltar à rotina de gravações foi cansativo?
Não, porque esta personagem não tem muita incidência e não é uma personagem que requeira muito a nível de… [Interrompe] Claro que para uma pessoa que passou por isto tudo não é fácil. A vida dela sempre foi muito difícil. A história dela é muito triste.
Mas é uma personagem que tenta aligeirar os obstáculos que a vida lhe foi pondo?
Sim. É como na nossa vida. Acontece-nos porcaria e nós decidimos: ou ficamos a chorar ou, então, vamos lá para cima. Voltando à questão anterior, as minhas cenas são ligeiras, tirando algumas que não são, porque há muitos temas nesta história que são realmente pesados e muito delicados. Mas, apesar de tudo, tem sido super tranquilo. Temos um ambiente incrível.
A TVI anuncia que a mudança começou. Sentem alguma pressão para fazer parte dessa mudança?
Nós sabemos que fazemos parte dessa mudança. Sabemos disso, mas não trazemos para o nosso trabalho. Acho realmente que isto está a funcionar muito bem. E termos um bom ambiente já é 70% do trabalho. Acho que é aqui que está a mudança: o bom ambiente que se tem, o prazer que se tem a construir as coisas…
Mas nem sempre foi assim ou foi uma coincidência acontecer neste projeto, nesta fase da TVI?
Aqui, realmente, houve uma química entre todos. Tudo resulta! Tanto para cenas dramáticas como para cenas cómicas, resulta, porque estamos cá uns para os outros, a apoiar o trabalho um dos outros.
Acredita que o bom ambiente de que fala vai manter-se a partir do dia 23, independentemente da audiência que vier a ter o primeiro episódio?
As audiências não me interessam. Estamos a divertir-nos muito a fazer isto. Achamos realmente que é um bom produto e a TVI também acredita nisso. Se os portugueses não acharem isso, tenho muita pena. Estamos a fazer isto com todo o amor e carinho, com toda a dedicação.
E depois de maio, quando acabarem as gravações, já há perspetiva de outros projetos?
Ainda não, mas também não é minha intenção. Quero tirar um tempo para mim. Depois, logo se vê. Olhe, quero aprender a fazer olaria.
Como está a Mafalda extraprofissionalmente?
Estou bem, estou bem.
Foram tempos difíceis.
Claro que sim. Mas a Maria está a pegar-se a mim. Tudo para cima!
Está a ser bom interpretar a Maria neste momento?
Foi a luva perfeita.
Esteve em Cabo Verde por causa do negócio da sua mãe. Como vai acontecer essa ponte entre Portugal e Cabo Verde?
Tenho uma pessoa a tomar conta daquilo e consigo gerir à distância. Sempre que posso vou lá. Na verdade, aquilo é um projeto que já está mais do que sedimentado, em velocidade cruzeiro.
O negócio tem quantos anos?
Já deve ter para aí dez anos. A minha mãe comprou-o a uma italiana e depois adaptou-o à maneira de ser dela. Temos uma equipa incrível e já temos clientes fixos. Somos um dos poucos estabelecimentos que não fecham na época baixa, porque realmente temos clientes cabo-verdianos.
Embora tenha sido pelos piores motivos, como foi virar empresária com a idade que tem?
É um bocado assustador. Não sei… Tenho uma boa infraestrutura de apoio, mesmo para o bar. A minha mãe tinha lá muitas amigas, tenho lá família. Estou muito bem encaminhada. Acho que me safo.
O sorriso que tem ajuda a ultrapassar tudo?
Sim. É a melhor solução para tudo [termina com um novo sorriso contagiante].
Texto: Dúlio Silva
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