Manuel Luís Goucha abre a porta à saída da TVI: “Há vida para além da televisão”
Manuel Luís Goucha assume que “pensa seriamente não renovar o contrato” que o liga à TVI e fez soar os alarmes na estação.
Foram inesperadas e bombásticas as declarações de Manuel Luís Goucha no novo podcast de Carolina Deslandes. Ele que foi o primeiro convidado da cantora. “Penso seriamente daqui a um ano não renovar o meu contrato, que termina em 31 de dezembro de 2024″, começa por dizer. Depois, explica que não quer fazer mais programas diários. “Acho que há uma outra vida para além da televisão, que só descubro aos fins de semana quando estou no monte [no Alentejo] ou quando viajo”, acrescenta.
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“O meu dilema neste momento é: será que estou capaz de deixar a televisão a tempo inteiro? Posso fazer semanal, posso produzir. Posso ser autor de um programa de televisão semanal que me apeteça fazer”, desabafa. O contrato do apresentador que termina apenas dentro de “um ano e meio” era para ter terminado a 31 de dezembro de 2022. “Estava na disposição de não fazer mais, mas pediram-me e eu disse ‘está bem'”, revela.
“Como é que me sinto? Uma merd*”
Ainda na mesma conversa, falou sobre alguns temas pessoais, nomeadamente uma relação passada que durou 11 anos e que que resultou numa depressão. “Na altura saí de uma relação, que teve qualquer coisa de toxicidade. A relação foi maravilhosa porque a pessoa com quem vivi fez-me redescobrir o prazer da pesquisa. Porque vivi com alguém que tinha possibilidades de me fornecer todo o tipo de informações, dossiers sobre convidados que eu ia ter n’A Praça da Alegria'”, começa por recordar. “Quando se escuta um companheiro de vida a dizer ‘tu és uma merda, só és bom porque eu estou aqui’ acabas por interiorizar. É a violência verbal que entronca na violência psicológica. Acabo uma relação de 11 anos e o que é que me sinto? Uma merda. Como é que agora vou avançar?”, conta.
“Ao mesmo tempo estás a fazer um programa de televisão chamado Momentos de Glória, na TVI, que é um grande programa, um grande projeto, entrevisto vedetas internacionais do cinema. Mas não tive a humildade de dizer ‘não vou ser capaz, não tenho estrutura intelectual, nem a dimensão cultural para poder entrevistar estas pessoas’. Disse que sim, o programa não era visto em todo o país, fui arrasado nas críticas”, lembra, continuando: “Tudo isto fez com que fosse ao fundo do poço. Pensei no pior, entrei num estado depressivo”. O apresentador da TVI acabou por recorrer à psicanálise afirmando mesmo que essa foi a sua salvação.
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Texto: Ana Rocio,
Fotos: D.R.
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