Pai de Rosinha tinha «buracos no corpo» antes de morrer

Rosinha foi a convidada de Daniel Oliveira da emissão deste sábado, 31 de julho, do “Alta Definição”, da SIC, e abriu o coração para falar sobre a dolorosa morte do pai.

Rosinha, ou Rosa Maria Sequeira Inácio, como foi batizada, foi a convidada de Daniel Oliveira da emissão deste sábado, 31 de julho, do “Alta Definição“, da SIC. A cantora, de 50 anos, abriu o coração para falar sobre a morte do pai, que partiu há 9 anos na sequência de uma cirrose medicamentosa. Emocionada, Rosinha recorda o dia 1 de setembro de 2012. A cantora estava em São Miguel, nos Açores, a dar um concerto. Na manhã seguinte, recebeu um telefonema da irmã, que lhe comunicou a morte do progenitor, com quem tinha uma forte ligação.

“O meu pai não estava bem, já há muito tempo que não estava, mas estava pior. Eu viajava. Ia para os Estados Unidos e claro que depois não venho em duas horas dos Estados Unidos para cá. Sabia que, se estivesse fora, as coisas não podiam estar à minha espera. Acabei por deixar os documentos com o Hugo (um amigo) para que pudesse dar andamento às coisas. Eu liguei-lhe e disse: ‘Hugo, já aconteceu. Agradeço que trates das coisas’. E assim foi”, começou por dizer, garantindo que, apesar de o pai estar “muito doente”, não estava preparada para o ver “ir embora.”

No mesmo dia, Rosinha tinha um concerto na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, e decidiu não o adiar. “Foi a minha primeira vez na Terceira. O Páquito (o agente) perguntou-me se queria voltar. E eu disse que não. Eu não posso fazer mais. Pelo menos eu tinha feito tudo o que tinha conseguido pelo meu pai (…) Sabes aquele velho ditado: ‘olhos que não veem, coração que não sente’? Depois percebi que, se tivesse visto o meu pai, não tinha subido para palco”, garantiu, lavada em lágrimas, para depois revelar que “não se lembra” do concerto que deu na Terceira.

Pai de Rosinha estava «a apodrecer em vida»

O pai de Rosinha estava doente há vários anos, “literalmente, a apodrecer em vida”. “Da cintura para baixo, tinha buracos no corpo que deitavam um líquido com cheiro nauseabundo”, disse a cantora, confessando que a situação era irreversível. “Só ia piorar. O meu pai gritava 24 horas por dia porque tinha dores insuportáveis (…). Quando vinha a casa, ia para casa dos meus pais para que a minha mãe pudesse dormir (…). O facto de ele partir fisicamente, descansou. Já não sentia dor”, admitiu a artista de música popular.

E continuou: “É estranho de uma filha dizer, e é difícil, mas quando o meu pai partiu eu pensei: ‘finalmente ele descansou.’ A minha preocupação a partir do momento em que soube que o meu pai tinha falecido, deixou de ser o meu pai. Passou a ser a minha mãe e a minha irmã. Ver o pai morto, ou a pessoa que se ama? Não é bom.”

“Sei que o meu pai não está cá, óbvio. Mas falo imenso com o meu pai quando estou muito feliz ou quando estou muito infeliz. Ele continua comigo, as coisas continuam se nós alimentarmos, se quisermos que elas continuem connosco. O meu pai continua e vai continuar, sem dúvida nenhuma”, concluiu.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Reprodução SIC

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