A primeira temporada da novela da SIC Paixão termina já este sábado, 3 de fevereiro. Em jeito de balanço da primeira fase da trama, os protagonistas revelam como lidam com o cansaço das gravações e a pressão de interpretar personagens tão emocionalmente desgastantes.

Na Bolsa de Turismo de Lisboa, num evento relacionado com a novela, Margarida Vila-Nova revelou a forma como se desligada da sua personagem, Luísa. A atriz adiantou ainda que, na segunda temporada, Luísa vai sofrer bastante com o desenrolar de diversas situações que descobre.

«É uma personagem cansativa neste iô-iô de emoções. Para que a história se mantenha viva e para que os dramas não se tornem levianos nem pouco importantes, é preciso uma grande entrega. Há imagens muito intensas…»

Mesmo nos dias de gravações mais fortes, a atriz consegue despir a pele de Luísa quando regressa a casa. «O objetivo é terminar o dia com a sensação de dever cumprido, fechar a porta do estúdio, ir para perto da família, ir ao cinema ou teatro, porque também é importante desligarmo-nos, é o nosso dever», explica. «Eu não levo as personagens a passear, posso é ficar mais cansada, isso é inevitável, mais emocionada, fragilizada, impaciente… Mas é fundamental separar a vida profissional da pessoal.»

Maria João Abreu sofre com Isabel

Ao contrário de Margarida Vila Nova, Maria João Abreu não consegue desligar-se da sua Isabel, devido à intensidade das cenas. «A personagem vai passar por vários arcos emocionais bem fortes na segunda temporada», começa por dizer.

«Esta é a minha homenagem ao arquétipo das mulheres que sofrem porque perderam filhos, seja por morte ou porque simplesmente desapareceram e é essa a minha inspiração. Sinto-me sempre solidária e vou sempre um bocadinho contaminada por esta personagem para casa e quando estou a estudar ou a ler episódios, emociono-me e penso sempre: ‘Se eu ando assim, o que será daquelas mães?’ É um fardo muito pesado, apesar de não saber o que é… Sou mãe, sou avó, nem quero imaginar!»

O refúgio da atriz são os filhos, os netos e o marido. «Para manter o equilíbrio pessoal é com a ajuda da família. São eles a minha base, a minha grande bateria. Nem sempre desligo o botão. Às vezes, ao fim de semana, vou ver o meu marido tocar, é músico, e bebo um gin tónico e um whisky para tentar mesmo descolar e descontrair um bocadinho, porque faz mesmo falta.»

Para construir a sua personagem, Maria João Abreu não falou com mães sofredoras, mas leu entrevistas. «Não me quis basear em nenhum caso específico, esta é uma homenagem a todas as mães.»

O refúgio de Marco Delgado

Marco Delgado, que interpreta Zé, o grande vilão de «Paixão», refugia-se na prática de exercício físico e na alimentação saudável para desanuviar da intensidade das cenas que grava diariamente. «A relação com a comida saudável tornou-se numa obsessão. Ter muito boa energia à minha volta é fundamental. É de facto muito pesado gravar dez horas de violência física», explica o ator.

Saiba tudo sobre o fim da primeira temporada de «Paixão» aqui!

Texto: Filipa Rosa

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