Paula Brito e Costa da Raríssimas inspira novela da TVI. Fernanda Serrano é a atriz

Fernanda Serrano vai vestir o papel da vilã Paula Brito e Costa, que coordenou a associação Raríssimas

O caso de Paula Brito e Costa chocou o país quando, em 2017, foi descoberto que esta desviava dinheiro pertencente à associação Raríssimas para sustentar os seus luxos.

Agora, a nova noleva da TVI ( que ainda não tem nome ou data de estreia), vai ter uma história inspirada no caso.

Fernanda Serrano, veste a pele da vilã inspirada em Paula. «Estava cansada de fazer as boazinhas, e nos últimos anos decidi que queria abraçar outro tipo de pessoas. Umas más, outras diferentes», contou a atriz.

A história de Paula Brito e Costa

Foi ao descobrir que o filho Marco sofria de uma doença rara –  Cornelia de Lange – que afeta o desenvolvimento congnitivo e orgânico da criança, que Paula Brito e Costa pediu pela primeira vez apoios sociais para ajudar o menino. Este foi o primeiro passo para a criação de Raríssimas.

Nessa altura Paula Brito e Costa era uma pessoa preocupada com a família. Acordava todos os dias cedo para ir trabalhar num quiosque de revistas e jornais nas Avenidas Novas, em Lisboa.

Considerada uma mulher humilde, Paula Brito e Costa é mãe de um menino que nasceu diferente de todos os outros. Marco foi diagnosticado com Cornelia de Lange, uma doença rara que afetou o desenvolvimento da criança mas que nunca deixou que o tornasse diferente dos outros meninos.

Formada em Filosofia e Gestão de Empresas, foi em 1993 que começou a dedicar-se a apoiar causas relacionadas com doenças raras. Paula Brito e Costa começou a fazer pesquisa sobre a doença do filho e descobriu uma associação norte americana inteiramente dedicada ao síndrome Cornelia de Lange. Foi então que, com a ajuda de um médico amigo, Luís Nunes, e o apoio monetário de quem se sensibilizou, Paula Brito e Costa conseguiu viajar para os Estados Unidos com o filho com objetivo de encontrar a esperança que já não conseguia encontrar em Portugal.

Após esta viagem, em 2002, funda a Raríssimas – Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, na qual ocupava o cargo de presidente. Mais tarde, quando Marco completou 16 anos, nova situação surgiu. Já não havia escola que o aceitasse nas condições em que tinha ficado devido à doença. Foi aí que Paula, depois de lhe ter dito que nenhuma escola o aceitaria, recebeu a resposta que mudaria tudo: o filho pediu-lhe que construísse uma.

A ligação a esta causa levou a que Paula Brito e Costa fosse posteriormente convidada para ocupar cargos de direção em diversas associações ligadas à mesma causa.

Passados seis anos sobre a fundação da Raríssimas, nasce então a Fedra – Federação das Doenças Raras em Portugal, igualmente presidida pela gestora. O seu trabalho foi sendo valorizado e em 2009 é nomeada para o Prémio de Mulher Ativa 2008.

Além de promover esta causa a nível nacional, a presidente da Raríssimas foi ainda por diversas vezes ao Parlamento Europeu e ao Brasil de forma a tentar introduzir esta temática na agenda e de certa forma promover a cooperação entre os países nesta área.

Em 2013 é inaugurada a Casa Marcos, que chegou a receber a visita da rainha Letizia de Espanha em 2014, um lar residencial e um centro de atividades ocupacionais para «doentes raros». Ainda no mesmo ano, Paula Brito e Costa é distinguida pelo professor Carmo Fonseca do IMM – Instituto de Medicina Molecular com a personalidade de 2013.

Raríssimas e o estilo de vida luxuoso

Apesar de todo o reconhecimento, a partir da fundação da Raríssimas tudo muda, inclusive o seu estilo de vida. A mulher que apanhava todas as manhãs o autocarro para ir trabalhar passava então a posar ao lado de personalidades ilustres com looks mais compostos, que hoje se fala serem alegadamente comprados com dinheiro canalizado para a instituição.

É sabido que tanto o marido de Paula Brito e Costa, Nelson Oliveira e Costa, e o filho mais novo, César, faziam parte da associação Raríssimas, chegando o segundo a auferir valores mensais de mil euros.
A doença Cornelia de Lange

O síndrome de Cornelia de Lange é uma doença multissistémica com expressão variável marcada por uma face dismórfica característica, défice intelectual de grau variável, atraso de crescimento grave com início antes do nascimento (segundo semestre), anomalias das mãos e dos pés (oligodactilia, ou por vezes um defeito de redução ainda mais grave, braquimetacarpia constante do primeiro metacarpo), e várias outras malformações (coração, rim etc.).

As características faciais distintivas incluem: sobrancelhas bem definidas, curvadas e confluentes, pestanas longas, narinas antevertidas, micrognatia, e cantos da boca virados para baixo com um lábio superior fino. Os problemas de alimentação e o atraso do crescimento são frequentemente complicados pelo refluxo gastroesofágico. A progressão clínica leva a atraso psicomotor, dificuldades na aquisição da linguagem e, por vezes, perturbações comportamentais do espectro autista.

Esta é uma doença que não tem uma cura sendo que deve ser acompanha de perto uma vez que pode originar problemas consequentes derivados da primeira doença.

A história de Agnes também é explorada

Agnes Arabela foi uma das concorrentes da quinta edição da Casa dos Segredos com um segredo inédito. «Fui sequestrada e explorada por uma seita» foi o mistério que escondeu dos restantes concorrentes do reality show emitido pela TVI em 2014. Agora, o mesmo canal recupera este seu episódio real para o recontar na novela que vai substituir Na Corda Bamba.

A trama assinada por Maria João Costa, e que será protagonizada por Ana Varela e Graciano Dias, inclui a história de uma jovem que vai ter de lidar com o mundo depois de ter estado fechada por uma seita. «É inspirada na história da Agnes Arabela, mas com contornos mais católicos», explica uma fonte da produção à revista Sexta.

O papel estará entregue a Helena Costa, que regressa assim à ficção depois de ser mãe de Maria do Mar e Mercedes.

Texto: Ana Filipe Silveira e Marta Amorim; Fotos: Impala e reprodução Instagram

 

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