Sónia Araújo “Não sou sempre certinha. Já fui mais bem-comportada” (entrevista exclusiva)
Aos 53 anos, continua a ser disciplinada e a ir ao ginásio três vezes por semana. Mulher de hábitos, está na Praça da Alegria há quase 30 anos e nesta altura da sua vida não trocaria o Porto por Lisboa por nada. Uma coisa é descer a A1 por um tempo, mas a viagem tem sempre retorno. Diz-se feliz na televisão, mesmo que o bailado e o Direito tenham ficado pelo caminho.
Sem fazeres muitas contas de cabeça, sabes dizer-me há quantos anos estás na Praça da Alegria? É que eu já me perdi.
Não [risos]. Fico um bocado na dúvida, mas são entre 28 e 29 anos.
Pois, ia dizer que serão quase 30 porque há um intervalo ali entre 2013 e 2015.
Sim, mas não deixei de trabalhar, passei foi a trabalhar num outro horário. Foram os primórdios do Aqui Portugal: eu e o Jorge [Gabriel] começámos e fazíamos ao fim de semana. Mas, na verdade, a televisão começou antes da Praça da Alegria.
Manteres-te em 2024 na Praça da Alegria é felicidade pura, conforto ou é falta de coragem para arriscar mais alguma coisa diferente? Ou é tudo junto?
[sorriso] Acho que falta de coragem não, porque volta e meia consigo fazer outras coisas que me fazem muito feliz, porque sou um bocado desassossegada, embora a Praça da Alegria me traga o conforto que dizes. Isso de facto é uma realidade.
Precisas disso?
Sim, gosto do conforto, de casa e de estar a trabalhar na minha cidade. E isso não há dúvida que não há nada que pague este conforto, porque estou a poucos minutos de casa a trabalhar numa cidade que eu amo. Também tenho a experiência do que é estar a trabalhar fora de casa e obviamente que a vantagem é outra.
Sempre que gravas outros programas, como concursos, eles são normalmente em Lisboa. Portanto, aquela viagem constante na A1 não é agradável.
Não [risos], mas são ossos do ofício. Aos fins de semana, muitas vezes, tenho trabalhos também em Lisboa, portanto, para mim é fácil ir e voltar.
Porquê?
Faltam os meus filhos, a minha família, a rotina e a vida de hotel não é propriamente aquilo de que eu gosto de fazer [pausa]. Por isso é que valorizo tanto a Praça da Alegria. Porque aquele programa é muita coisa junta. É uma felicidade enorme continuar e manter-me num programa com tanta história, a ter o privilégio e ser merecedora dessa confiança, não só por parte de quem está à frente da direção de Programas, como os meus produtores que trabalham comigo e a minha equipa, que é uma segunda família. Isso é impagável, temos um ótimo ambiente de trabalho.
Começaste como assistente e hoje és protagonista, ao lado de Jorge Gabriel.
Sim, o programa foi crescendo e foi acompanhando o meu crescimento enquanto profissional e como pessoa. Comecei uma miúda e agora sou uma pessoa com algum juízo [risos]. O programa tem conseguido renovar-se sucessivamente. Conseguimos receber muitas vezes as mesmas pessoas, mas tentando mostrar outro lado. Um programa de daytime e diário é muito exigente. A maior parte das pessoas que está de fora não nota isso, e ainda bem porque é sinal que o fazemos com leveza.
Irritas-te quando ouves aquela frase “Os programas de daytime são todos iguais”?
Um bocado [risos].
Porque sentes que é uma injustiça?
Sinto que só quem quem não está atento, ou pura e simplesmente não vê, é que pode dizer isso. Não sei se é injustiça, porque os gostos não se discutem, mas são diferentes. Temos três programas da manhã, nos três grandes canais, que são diferentes. E ainda bem que assim agrada a cada público [risos].
(…)
És sempre muito bem-comportada?
Não [risos]. Acho que já fui mais bem-comportada quando era criança.
O que é que isso quer dizer?
Quer dizer que agora acho que tenho um espírito mais livre e aberto. Acho que a maturidade dá-nos também segurança para sair um bocado dos trilhos, não sou sempre certinha. Felizmente, ninguém é 24 horas do dia completamente certinha.
Costumas, por exemplo, sair à noite?
Claro. Gosto e saio com as minhas amigas, outros amigos e casais. Adoro sair, principalmente para jantar fora.
Leia a entrevista completa na edição da NOVA GENTE que já está nas bancas.
Texto: Nuno Azinheira; Fotos: João Manuel Ribeiro
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