Saiba como Lourenço Ortigão e Diogo Amaral foram burlados

Atores são alguns dos lesados e foram enganados em milhares de euros

Os atores Diogo Amaral e Lourenço Ortigão foram burlados em milhares de euros quando compraram os seus carros no stand RFS Motors, na Arrifana.

Ricardo Santos, dono do stand, comprava os carros na Alemanha, com cerca de 300 mil quilómetros para serem mais baratos, e já no País registava os veículos em nome dos compradores e retirava-lhes quilómetros.  Foi o que aconteceu com os dois atores e com mais de 100 lesados, burlados em milhares de euros.

Diogo Amaral

O artista, de 35 anos, comprou, em 2014, um BMW X3 por 32 mil euros, com 70 mil quilómetros. O problema é que não tinha essa quilometragem. Na realidade, a viatura foi comprada por Ricardo Santos por 18 mil euros e com 150 mil quilómetros. Para agravar a situação, o dono do stand legalizou o carro em Portugal com uma quilometragem bastante superior, 313 mil quilómetros, para conseguir a redução do Imposto sobre Veículos. Segundo consta ainda no processo, os carros eram vendidos com metade dos quilómetros reais.

Diogo Amaral pagou 24 500 euros através de transferência bancária e entregou um carro como retoma para cobrir a diferença para os 32 mil. O artista terá sido burlado em 16 mil euros.

Lourenço Ortigão

De acordo com o processo, Lourenço Ortigão sofreu um prejuízo de mais de 41 mil euros. Um BMW 320D Cabrio foi o carro de luxo que o ator comprou, em 2014, por 32 mil euros e com 66 mil quilómetros percorridos. Contudo, Ricardo Santos adquiriu a viatura na Alemanha, por 16 500 euros, já com 123 mil quilómetros. Mais grave ainda é que o dono do stand falsificou a assinatura do artista para legalizar o carro no País. Foi com três transferências  bancáris e com um sinal de cinco mil euros que o ator comprou o carro.

O ator apenas teve conhecimento da situação quando o seu veículo foi fiscalizado numa operação da GNR, na A1. Nessa altura era Tomás, irmão do ator,  quem conduzia e o carro foi apreendido no momento.

Negócio rendia cerca de 5 mil euros por cada carro com quilómetros retirados

Atualmente o processo está em fase de instrução, no Tribunal de Santa Maria da Feira. Ricardo Santos está em prisão preventiva, desde junho de 2016, e é acusado de 721 crimes de burla qualificada. O esquema fraudulento contava com o pai do arguido, Cândido Valente, que ajudava na falsificação dos documentos para apresentar na alfândega, e ainda com Paulina Birch, de 53 anos, que era quem adulterava a quilometragem com equipamento informático próprio. A mulher, recebia entre 150 a 500 euros por cada veículo. Sabe-se que no carro do Diogo Amaral recebeu 300 euros.

Era comum o arguido pedir aos clientes para assinarem vários documentos. Quando tal não acontecia, ele próprio falsificava os papéis. Segundo o Ministério Público (MP) Ricardo Santos encomendava uma média de quatro carros por mês e lucrava com cada um cerca de cinco mil euros. O dono do stand aguarda o debate instrutório na cadeia de Custoias, em Matosinhos.

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