Buteyko: Método de dormir com fita-cola na boca é perigoso?
Uma cantora popular na Indonésia publicou, no seu Instagram, um vídeo no qual mostrava que na sua casa todos dormem com a boca tapada com fita-cola. Especialista alerta para os perigos desta prática.
Uma cantora popular na Indonésia publicou, no Instagram, um vídeo no qual mostrava que lá em casa todos dormem com fita-cola a tapar a boca. Esta é uma das várias técnicas do Buteyko, método alternativo que visa tratar doenças de origem respiratória.
Mas, afinal, o que é o método Buteyko?
«Konstantin Pavlovich Buteyko foi um médico ucraniano que desenvolveu, na década de 1950, a técnica respiratória de Buteyko. Consiste numa série de exercícios respiratórios e orientações especificamente criados para reduzir a ‘respiração excessiva’ – clinicamente designada como hiperventilação crónica» começa por explicar ao Portal de Notícias Rudolfo Montemor, otorrinolaringologista no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa.
Segundo este médico, «há pessoas que respiram demasiado, o que altera os níveis de gases no sangue, reduzindo o oxigénio disponível nos tecidos e e órgãos», dando origem à compressão do músculo em redor dos vasos sanguíneos e das vias respiratórias». O Buteyko tem os seus benefícios, no entanto, não há qualquer evidência que permita provar que este método ajuda, realmente, a dormir melhor. Segundo Rudolfo Montemor, há poucos estudos credíveis que permitam verificar esta relação, uma vez que os «artigos publicados apresentam amostras pequenas».
«Se vomitar durante o sono, irá asfixiar»
Que outras doenças, além das respiratórias, ajuda este método a controlar? «Comprovadamente, nenhuma», refere Rudolfo Montemor. No entanto, o Buteyko chegou mesmo a ser utilizado no tratamento de «asma, alergias, hipertensão, problemas de rins, de coração, de estômago, cancro e até vítimas de Chernobyl e paciente com SIDA».
Rudolfo Montemor alerta, ainda, para o facto de não ser seguro tapar a boca com fita-cola enquanto dorme, uma vez que «se vomitar durante o sono, irá asfixiar», sustentando também que não deve ser feito em crianças, classificando o ato como «absurdo e irresponsável». O otorrinolaringologista desconhece, para já, se existem em Portugal muitos seguidores deste método, mas acredita que sim. No entanto, sublinha que está fora de questão recomendar o Buteyko a algum dos seus pacientes: «Seguramente nunca irei aconselhar».
Texto: Joana Ferreira
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