Descubra os danos que o consumo exagerado de álcool provoca no cérebro
Álcool X Cérebro: Novo estudo aponta que consumo exagerado de álcool inflama o cérebro. Neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela explica como ocorre o processo e como preveni-lo.
Pedir uma fresquinha faz parte do dia a dia dos portugueses seja em aniversários, casamentos, churrascos, ou diversos outros eventos, o álcool é um dos principais protagonistas. Esses excessos em relação ao álcool podem provocar não só danos com a duração de uma ressaca, mas também danos permanente em diversos órgãos do corpo, incluindo o cérebro. É o que indica um novo estudo, publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity. Que realça que o consumo abusivo de álcool está relacionado a inflamações cerebrais.
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O estudo detalhou como pessoas que possuíam transtorno por uso de álcool, apresentam mudanças no cérebro e alterações de comportamento. De acordo com os cientistas responsáveis pela pesquisa, a dependência de álcool aumenta a sinalização imunológica interleucina da molécula 1β (IL-1β), o que causa uma inflamação na região cérebro envolvida na tomada de decisões e um grupo de dependentes também apresentavam duas vezes mais IL-1β que o normal na região do córtex pré-frontal medial, responsável pela tomada de decisão, ansiedade, interpretação facial e inibição motora.
“Diversos estudos já indicam os perigos do abuso de álcool ao cérebro, como risco aumentado de demências”
O estudo também revelou que os níveis de IL-1β ativaram uma sinalização pró-inflamatória que aumentou os índices do ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissor responsável por inibir determinados sinais e reduzir a atividade do Sistema Nervoso Central, o que pode contribuir para as alterações na atividade cerebral. Além disso, demonstrou-se que, mesmo em períodos de abstinência, as sinalizações da molécula IL-1β se mantiveram. De acordo com o Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, o estudo reforça os perigos do excesso de álcool ao cérebro, o que pode contribuir não só para a dependência, como também para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
“Diversos estudos já indicam os perigos do abuso de álcool ao cérebro, como risco aumentado de demências, essa pesquisa ajuda a entender melhor esse processo e as substâncias envolvidas nele, o que pode ajudar a tornar o tratamento mais assertivo. Esse tipo de inflamação cerebral, causada pelo vício em álcool, e a redução da atividade cerebral podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e outras demências, como podemos notar em diversos casos”, explica o especialista.
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