Dia mundial da criatividade. É realmente possível ser-se mais criativo?

No dia que se assinala o dia da criatividade, o neurocientista luso-brasileiro Fabiano de Abreu esclarece o seu ponto de vista sobre esta temática.

Dia mundial da criatividade. É realmente possível ser-se mais criativo?

No dia que se assinala o dia da criatividade, o neurocientista luso-brasileiro Fabiano de Abreu esclarece o seu ponto de vista sobre esta temática. Fabiano de Abreu começa por referir que este tema levanta ainda bastante polémica dentro da comunidade científica por não chegarem a uma opinião comum sobre o que é o cérebro criativo e a forma como os diferentes tipos de criatividade moldam o cérebro. A ciência ainda não tem dados 100% conclusivos sobre a criatividade.

“O meu estudo é baseado não somente em estudos recentes, em artigos internacionais de alto fator de impacto, como também em estudos com resultados de neuroimagem no volume regional de matéria cinzenta (GMV) da criatividade científica, a que considero crucial para o desenvolvimento humano e sucesso profissional na maioria das profissões”, refere o neurocientista.

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No seu entendido, e contrariando alguns dos seus colegas, Fabiano de Abreu acredita que a criatividade está diretamente ligada à inteligência, partilhando a mesma zona cerebral. No entanto, admite que a personalidade também tem o seu papel no processo juntamente com o nível do conhecimento. Ou seja, uma criança mais estimulada e que viva mais experiências tem maior probabilidade de desenvolver todo o processo criativo mediante a plasticidade cerebral.

Vida saudável é essencial para a capacidade criativa

Fabiano de Abreu garante ainda que “uma boa alimentação e exercícios físicos são importantes e basais, um menor uso de redes sociais e tecnologia imersiva, mais interação física com a realidade, assim como mais conhecimento, maior ginástica cerebral com técnicas de memorização e uso da lógica, controlo da ansiedade”, entre outros são essenciais para a nossa capacidade criativa.

O neurocientista considera que o processo criativo não é linear e que muito do que nos rodeia desempenha um papel fundamental, contudo, a base primária está diretamente ligada à inteligência do indivíduo, à sua capacidade de processar o mundo e o transformar. Resumidamente “para se ser criativo tem que ser inteligente, mas o tamanho da criatividade não tem relação com o tamanho do QI. Pessoas de alto QI tendem a ser mais criativas, mas a criatividade que consolida e transforma, tem relação com a personalidade. Tendo que unir ambos os fatores, inteligência e personalidade, somado ao conhecimento, experiência e nuances que não interfiram no cognitivo para um melhor processo criativo”, concluiu.

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