7 conselhos para aumentar as hipóteses de gravidez
“Existem fatores que influenciam negativamente a fertilidade de homens e de mulheres. É preciso ter cuidado com os excessos”, avisa Catarina Godinho, ginecologista especialista em medicina da reprodução.
Dezembro constitui um verdadeiro desafio e pode ser tentador para quem não resiste a doces, fritos e alimentos processados e acaba enredado em excessos. Mas, se está a tentar engravidar, de forma natural ou através de procriação medicamente assistida, deve aproveitar para adotar um estilo de vida saudável, mantendo um equilíbrio entre dieta e exercício físico que permitam melhorar a fertilidade e, assim, alcançar a tão desejada gravidez. “Existem fatores que influenciam negativamente a fertilidade de homens e de mulheres. É preciso ter cuidado com os excessos”, avisa Catarina Godinho, ginecologista especialista em medicina da reprodução.
Especialista aponta principais entraves à fertilidade
A especialista da IVI Lisboa acrescenta que obesidade, tabagismo e álcool são de evitar, uma vez que “condicionam as hipóteses de engravidar”. Conheça 7 conselhos dirigidos por Catarina Godinho a mulheres e homens que anseiam por ter filhos, mas ainda não conseguiram.
1. Dieta rica e equilibrada
Afaste-se do consumo de tabaco e álcool, pois está comprovado que prejudicam a fertilidade de homens e mulheres. Além disso, também deve evitar alimentos processados. Os alimentos naturais são a chave para alcançar uma dieta saudável. O consumo deve ser variado, rico em todos os tipos de alimentos, incluindo sementes, grãos, legumes, proteínas animais ou vegetais e produtos não refinados, ricos em fibras.
“São essenciais os alimentos que contenham vitaminas e minerais como: ácido fólico (ajuda a prevenir defeitos e malformações no feto), DHA – ácido docosahexaenóico (essencial para a saúde do nosso cérebro, olhos e neurónios, além de revigorar os espermatozoides masculinos e promover o equilíbrio hormonal nas mulheres), Vitaminas B, C, D e E (para o controle hormonal, proteção espermática, desenvolvimento ósseo fetal, entre outros), selénio e cálcio”, revela Catarina Godinho.
2. Controle o peso
Se optar por uma alimentação variada, rica em produtos naturais, não só conseguirá uma alimentação saudável, mas também evitará o excesso de peso corporal, grande inimigo da fertilidade. De acordo com Catarina Godinho, “quando se utiliza o tratamento reprodutivo assistido, o peso torna-se num grande obstáculo, pois provoca, nas mulheres, maior dificuldade da resposta aos medicamentos usados para induzir a ovulação, o que reduz as hipóteses de gravidez”.
Além disso, “é também a principal causa de riscos obstétricos, tanto para a mãe quanto para o bebé“. A obesidade leva ao aumento das taxas de aborto e duplica o risco de morbidade fetal. O contrário também se verifica. “A magreza extrema pode levar a problema de ovulação e dificultar a gravidez”.
3. Procure apoio psicológico
Não tenha receio de pedir ajuda e nem a recuse, mesmo que ache que não está a precisar de apoio psicológico. O processo de ser mãe “nem sempre é um caminho fácil e tão rápido como desejamos”. Ter apoio nas várias fases do tratamento e ter estratégias para lidar com essas emoções são “alguns dos temas explorados numa consulta psicologia”.
4. Livre-se da ansiedade
O relaxamento físico e mental é importante para quem procura uma gravidez. “O ritmo de vida atual é um terreno fértil para o stress e a ansiedade, pelo que a meditação é um recurso disponível, uma vez que ajuda a mitigar esses distúrbios psicológicos que ocorrem no dia a dia” e que se juntam, “com frequência, à incerteza, mês após mês, de uma eventual gravidez”.
5. Faça exercício físico
Se está a preparar-se para acolher uma vida dentro de si, deve estar o mais preparada possível para receber o embrião. “O exercício físico em si não melhora a fertilidade, mas produz benefícios cardiovasculares, metabólicos, endócrinos e neurológicos. Também ajuda a reduzir o stress e melhora o sono para pessoas que o praticam com frequência”, refere Catarina Godinho.
A prática de exercício físico leva-nos a ter um “corpo saudável” e a optar por “uma alimentação mais equilibrada”. Portanto, abre caminho a um “sistema reprodutivo mais bem preparado”. “Porém, é importante encontrar um equilíbrio, pois tudo em excesso faz mal. Quando sujeitamos o nosso corpo a um esforço intensivo, que exige um gasto energético maior, ocorre uma alteração ao nível do hipotálamo, que pode eliminar o processo de ovulação, que se traduz em amenorreia, por exemplo.”
6. Não se automedique
“Converse com o médico” que a acompanha sobre a “medicação que toma regularmente” e “não inicie qualquer medicação sem que o médico saiba”.
7. Durma bem
Por último, mas “não menos importante”, mantenha um ciclo de sono saudável. É “tão importante quanto a nutrição”. Devemos dormir, no mínimo, oito horas por dia. O sono deve ser organizado de forma responsável, seguindo rotinas nas quais nos levantamos e vamos para a cama todos os dias na mesma hora. “Dormir no escuro também ajuda o corpo a descansar adequadamente, pois isso vai melhorar a produção de melatonina no nosso corpo. Não se trata apenas das horas que dormimos, mas da qualidade do nosso sono. Além disso, a melatonina desempenha um papel importante no desenvolvimento dos folículos ováricos”, conclui a Dra. Catarina Godinho.
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