Quais os melhores alimentos para combater a demência
A demência é algo que nos preocupa a todos, principalmente agora que a esperança média de vida vem aumentando. O neurocientista Fabiano de Abreu elucida-nos como a nutrição e a neurodegeneração estão relacionadas e quais os biomarcadores que são relevantes para a demência.
Como nos relata o especialista, “a demência é um desafio de saúde global associado à diminuição da qualidade de vida e ao aumento dos custos de saúde na idade avançada. Há muitos aspetos que ainda são pouco compreendidos e que estão diretamente relacionados com o aumento dos casos de demência. É urgente lidar com este tipo de problemáticas, não nos basta viver mais e sim viver melhor. A nossa alimentação faz parte desse processo.”
Como sabemos uma alimentação saudável é um dos pontos-chave de uma vida mais plena e com menos complicações e, neste caso o cientista quer exemplificar a importância dos carotenoides. “Os carotenoides são pigmentos: vermelho, alaranjado ou amarelado naturalmente presentes em raízes, folhas, sementes, frutas e flores, que também podem ser encontrados, embora em menor quantidade, em alimentos de origem animal, como ovos, carnes e peixes. A luteína ou lipocromo, é um carotenoide de tonalidade amarelo-limão presente em alguns vegetais, como espinafre, couve-flor, ervilha, brócolis, e em alguns frutos, como laranja, mamão, pêssego e kiwi, além da gema de ovo.
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São estes os alimentos associados a um menor risco de demência
A zeaxantina é uma substância responsável pela cor de peixes, aves, flores e alimentos. É encontrada predominantemente nos vegetais amarelos, alaranjados, vermelhos e verdes; tais como nectarina, laranja, mamão, pêssego, brócolis, couve de bruxelas, repolho, couve-flor, ervilha, milho, rúcula, ovo, dentre outros. A beta-criptoxantina, também conhecida pelo nome de criptoxantina, é um pigmento natural que encontramos nomeadamente em certas frutas e legumes. Encontramo-la, por exemplo, na tangerina, na laranja ou na papaia. Os carotenoides luteína, zeaxantina e β-criptoxantina foram associados a um risco reduzido de demência por todas as causas”, explica.
O neurocientista revela que os Estados Unidos levaram a cabo um estudo que demorou vários anos que tentava entender a relação entre o tipo de alimentação e este tipo de doenças. US Third National Health and Nutrition Examination Survey fez algumas revelações interessantes. Durante o estudo, foi observada uma relação inversa entre carotenoides totais e DA/demência por todas as causas foi observada em indivíduos com ≥ 45 anos de idade no período basal, a concentração plasmática de luteína e zeaxantina foi associada a um risco reduzido de demência por todas as causas em indivíduos com ≥ 65 anos de idade no período basal, A β-criptoxantina foi inversamente correlacionada com demência por todas as causas para indivíduos com idade ≥ 45 anos e ≥ 65 anos no período basal.
De modo geral, a vitamina C sérica foi inversamente associada à incidência de demência por todas as causas no modelo ajustado para idade e sexo, com um efeito maior em indivíduos com idade ≥ 45 anos vs. ≥ 65 anos e ao examinar os carotenoides totais, descobriu-se que a vitamina A pode aumentar o risco de demência por todas as causas em indivíduos com idade ≥ 65 anos. Contudo, e como explica Fabiano de Abreu, estes dados necessitam ser analisado com cuidado uma vez que são os próprios autores que dizem ser necessário estudos adicionais com exposições tempo dependentes e randomização para determinar os efeitos da suplementação com carotenoides no desenvolvimento de demência.
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