O que é o Fígado Gordo, que afeta 3 milhões de portugueses?
No âmbito do Dia Nacional de Luta contra a Obesidade, que se assinala a 21 de maio, José Presa, presidente da APEF, alerta para a prevenção do Fígado Gordo, explicando a relação direta entre esta doença, o tipo de alimentação e o estilo de vida sedentário, que são fatores associados ao excesso de peso.
A alimentação saudável tem uma grande importância no que respeita à prevenção e ao tratamento da esteatose hepática, doença habitualmente conhecida como Fígado Gordo. Esta é uma patologia prevenível e reversível nas suas fases iniciais, passando em grande parte pela alimentação adequada, a par do exercício físico e do consumo reduzido ou idealmente ausente de bebidas alcoólicas. É estimado que mais de um terço da população adulta em Portugal tenha esteatose hepática, ou seja, mais de três milhões de portugueses.
Esta doença consiste na acumulação de gordura nas células do fígado, resultante da sua ingestão em excesso, de maneira que o organismo não a consiga processar. É considerado Fígado Gordo quando a gordura corresponde entre cinco a 10% da massa do fígado. Pode ser uma situação simples, que não cause lesão do fígado, ou, pelo contrário, pode evoluir para inflamação deste órgão, e levar ao comprometimento da sua função e a doenças graves, como cirrose hepática ou cancro hepático. É de destacar a relação direta entre esta doença, o tipo de alimentação, estilo de vida sedentário, fatores associados ao excesso de peso.
Como prevenir o Fígado Gordo?
A prevenção passa essencialmente pela adoção de uma alimentação saudável, com menor consumo de gorduras e hidratos de carbono, menor quantidade de alimentos processados e ultraprocessados, maior ingestão de vegetais e um consumo reduzido ou ausente de bebidas alcoólicas. Além disso, a prática regular de exercício físico também contribui bastante para a prevenção. Apesar de ser uma doença silenciosa, sobretudo inicialmente, em alguns casos pode provocar cansaço, perda de apetite, náuseas e vómitos, icterícia e ascite, isto é, a distensão do abdómen por acumulação de líquido, numa fase mais avançada da doença. Por esse motivo, é muito importante que as pessoas consultem o seu médico regularmente e façam exames de rotina.
Relativamente ao tratamento, a alimentação tem um papel fundamental. Não existe nenhuma terapêutica específica nem medicamentos eficazes para o tratamento da esteatose hepática, pelo que uma dieta equilibrada, tendo em vista a perda de peso e o controlo das doenças associadas, como a diabetes e as alterações do colesterol e dos triglicéridos. Apenas a perda de sete a 10% do peso corporal, tem um efeito benéfico sobre a esteatose e a inflamação. A alimentação saudável é essencial na prevenção e no tratamento do fígado gordo. Alimente-se corretamente e cuide do seu fígado.
Foto: Shutterstock
Artigo de opinião de José Presa, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF)
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