Ouve as mensagens de WhatsApp 2x mais rápido? Tenha cuidado
Se é daquelas pessoas que ativa a função 2x mais rápido para ouvir os áudios do WhatsApp fique a saber que pode ser uma má ideia.
Se é daquelas pessoas que ativa a função 2x mais rápido para ouvir os áudios do WhatsApp fique a saber que pode estar a prejudicar o funcionamento do cérebro sem saber. A sensação de estar a ganhar tempo pode ao mesmo tempo estar a retirar-lhe qualidade na forma de funcionamento cerebral. Isto porque o uso desta função rápida obriga o cérebro a trabalhar durante mais tempo a alta rotação, podendo vir a ser prejudicial a longo prazo dada a carga ou fadiga excessiva a que está sujeito. Esta sobrecarga pode conduzir a episódios de perda de memória e dificuldades de concentração.
Fabiano de Abreu explica que esta situação é muito semelhante ao que acontece com o nosso cérebro quando sujeito a uma imersão no mundo virtual e no uso do metaverso. O neurocientista lembra ainda que a ansiedade acarreta na ativação do sistema nervoso simpático e liberação de cortisol pelas glândulas adrenais. O hipotálamo orquestra uma resposta humoral, visceromotora e somático-motora regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). A hormona cortisol é libertada pela glândula adrenal em resposta a um aumento nos níveis sanguíneos da hormona adrenocorticotrófico (ACTH), libertada pela hipófise anterior devido ao estímulo da hormona libertadora de corticotrofina (CRH) do hipotálamo.
Stress crónico e falha de memória
Os neurónios hipotalâmicos que produzem CRH são regulados pela amígdala e pelo hipocampo. Quando o núcleo central da amígdala é ativado, interfere no eixo HPA e a resposta é emitida. O hipocampo contém receptores para glicocorticóides que são ativados pelo cortisol, e com altos níveis de cortisol circulante, participa da regulação por retroalimentação do eixo HPA, inibindo a liberação de CRH e consequentemente de ACTH e cortisol. A exposição contínua ao cortisol, em períodos de stress crónico, pode levar à disfunção e à morte dos neurônios hipocampais.
O hipocampo quando apresenta falhas em sua capacidade de controlar a libertação das hormonas relacionadas com a ansiedade e as suas funções de rotina, influencia a aptidão de induzir a potenciação de longo prazo no hipocampo, o que provavelmente explica o porquê da falha de memória. A atividade elevada do córtex pré-frontal também tem sido relatada nos transtornos de ansiedade, por exemplo. A amígdala e o hipocampo regulam o sistema HPA e a resposta a ansiedade de uma maneira coordenada, tanto com a hiperatividade da amígdala, relacionada a memórias inconscientes estabelecidas por mecanismos de condicionamento pelo medo quanto com a diminuição de atividade do hipocampo, o qual participa no armazenamento de memórias conscientes durante uma situação de aprendizado traumático.
Como funciona o cérebro de um terrorista
Como funciona o cérebro de um terrorista? Fabiano de Abreu Rodrigues, neurocientista com vastos conhecimentos em história, antropologia, biologia, psicanálise, neuropsicologia e neurociência, traça o mapa da mente dos extremistas. (… continue a ler aqui)
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