Quando vamos a um restaurante tendemos a ser exigentes com diversas coisas. Sendo uma das principais que a comida seja servida em pratos limpos. Quando assim é, ficamos mais descansados. Só que tudo isto pode ser uma ilusão. De acordo com um estudo, realizado por um grupo de imunologistas suecos, os pratos limpos dos restaurantes podem esconder perigos para a sua saúde intestinal devido a um resíduo químico que é tóxico para o trato gastrointestinal.

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A culpa de tudo isto é, segundo o estudo publicado no The Journal of Allergy and Clinical Immunology, das máquinas profissionais de lavar louça. Que conseguem lavar e secar grandes quantidades de pratos e talheres em coisa de minutos. Estes eletrodomésticos costumam recorrer a um ciclo de água quente circulante de 60 segundos e detergente em alta pressão. A isto junta-se um outro ciclo de lavagem e secagem de mais 60 segundos. No qual é adicionado um agente de secagem.

Máquinas de lavar louça profissionais só costuma usar dois ciclos

Os restaurantes certamente que ficam gratos com a velocidade a que podem lavar a louça de tantos clientes. Por sua vez, os investigadores salientam que poucas são as máquinas que contam com um terceiro ciclo de lavagem que tem como missão acabar com os restos do abrilhantador. E é aqui que reside a diferença. Pois as substâncias que podem ficar – na ausência do terceiro ciclo de lavagem – têm ingredientes tóxicos. Que, a partir do momento em que secam se prendem aos pratos. Mais tarde, podem acabar no corpo de um cliente.

Estando cientes do funcionamento das máquinas de lavagem profissionais, os investigadores suecos analisaram os efeitos dos resíduos do abrilhantador na barreira epitelial do intestino. Ou, por outras palavras, na camada de células está junto ao trato intestinal e que controla o que entra no corpo. Barreiras fracas podem ser o ponto de partida para diversos problemas de saúde como alergias alimentares, gastroenterite e, entre outros, cirrose hepática.

“É importante informar o público sobre esse risco”

Os investigadores concluíram que a exposição a abrilhantadores representa um grave perigo para a barreira intestinal. Quando em doses elevadas acabam mesmo por eliminar as células epiteliais. Doses mais pequenas não eliminam o risco, visto que tornam a barreira intestinal mais permeável. “O efeito encontrado pode marcar o início da destruição da camada epitelial do intestino e desencadear o aparecimento de muitas doenças crónicas”, salienta o mentor do estudo, Cezmi Akdis, através de comunicado enviado à imprensa. “É importante informar o público sobre esse risco, uma vez que os etoxilatos de álcool parecem ser frequentemente utilizados em máquinas de lavar louça comerciais”.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Shutterstock

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