Produto usado na limpeza a seco associado a casos de Parkinson
Produto químico usado na limpeza a seco pode estar a contribuir para o aumento de casos de Parkinson, alertam cientistas.
Um produto químico usado regularmente na limpeza a seco pode estar a contribuir para o aumento de casos de Parkinson, alertam os cientistas num novo estudo. O tricloroetileno químico (TCE) é um solvente amplamente utilizado para remover tinta, limpar motores e até anestesiar pacientes. Embora o uso doméstico tenha caído desde a década de 1970, ainda é usado para limpeza a seco e desengorduramento de metais. Um estudo em 2013 concluiu que pode estar ligado à doença de Parkinson e investigações anteriores em animais também revelaram que o produto pode entrar no cérebro em altas doses e danificar as células.
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Além disso, estudos em animais mostraram ainda que provoca perda seletiva de células nervosas produtoras de dopamina, uma das consequências do Parkinson em seres humanos. Um estudo de pequena escala também revelou que a exposição ao solvente está ligada a um risco 500 vezes superior de desenvolver a condição neurológica.
Químico nem sequer é detetado
No novo estudo, publicado Journal of Parkinson’s Disease, os investigadores afirmam que “por mais de um século, o TCE ameaçou trabalhadores, poluiu o ar que respiramos – por fora e por dentro – e contaminou a água que bebemos. O uso global está a aumentar, não a diminuir”. O produto químico pode evaporar facilmente e entrar nas casas, escolas e locais de trabalho das pessoas. Muitas vezes sem ser detetado. Quem vive perto de antigas instalações de lavagem a seco, militares e industriais está mais propensa a respirar este químico.
No estudo, os cientistas avaliaram sete indivíduos nos quais o TCE pode ter contribuído para a doença de Parkinson. Embora as evidências possam ser circunstanciais, os investigadores alertam que as histórias destacam os riscos deste produto. Um desses casos é o antigo basquetebolista profissional Brian Grant, que jogou 12 épocas na NBA e foi diagnosticado com Parkinson aos 36 anos. Terá sofrido a exposição exposto quando tinha três anos. O pai, fuzileiro naval, estava numa base militar em Camp Lejeune, nos Estados Unidos.
Também Amy Lindberg terá sido exposta a água potável contaminada com o químico em Camp Lejeune enquanto servia como jovem capitã da Marinha. O diagnóstico surgiu 30 anos depois. O estudo detalha outros casos cuja exposição foi resultado de morar perto de um local contaminado ou trabalhar com o produto químico. Tal incluí o falecido senador americano Johnny Isakson, que deixou o cargo após o diagnóstico em 2015. Cinquenta anos antes, serviu na Guarda Aérea Nacional da Geórgia, que usava o TCE para desengraxar aviões. Só os Estados Unidos abrigam milhares de locais contaminados. A limpeza e a contenção são urgentes, alertam os investigadores.
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Foto: Shutterstock
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