As 3 regras de ouro de um influencer de sucesso

Especialistas em redes sociais explicam o que é necessário, com 3 regras de ouro, para que um influencer conquiste o sucesso e muito, mesmo muito dinheiro.

As 3 regras de ouro de um influencer de sucesso

É um trabalho ‘duro’. Deitada numa rede, a compor a selfie perfeita na praia. O mar azul-turquesa realça o pôr do sol idílico e, visível apenas através das folhas de uma palmeira, está o logótipo do hotel que está a pagar pela promoção para seus milhões de seguidores no Instagram. Clique. A foto perfeita. E mais um dia tipicamente perfeito na vida de um influencer. Será?

A carreira de influencer pode parecer atraente. O trabalho envolve geralmente a promoção de produtos ou serviços através de publicações patrocinadas nas redes sociais ou “conteúdo de marca” e a comunicação com pessoas interessadas no que cada faz influencer faz.

A indústria vale mais de 18,6 mil milhões de euros, com organizações de grandes marcas como a Coca-Cola a conselhos de turismo local que procuram beneficiar desta forma ‘autêntica’ de marketing.

O mundo da fama – e do dinheiro – acena no entanto apenas para um pequeno grupo de influencers. Para a grande maioria, contudo, a investigação da professora de Marketing Sarah Glozer e a professora de Administração de Empresas Hannah Trittin, que envolveu entrevistas com influeencers e representantes de marcas, sugere que “ganhar a vida nesta indústria é um trabalho árduo e mal pago”.

1. #Conheça o seu valor

As 3 regras de ouro de um influencer de sucesso
A perspicácia financeira é a chave para evitar trabalhar ‘para o boneco’ – de graça. Alguns influencers criam “tabelas de preços” ou “kits de media” com informações importantes para possíveis parceiros

Não existem taxas de remuneração definidas para influencers. Os contratos são provavelmente de curta duração e a proteção do emprego é limitada, o que significa que as trajetórias de carreira e os salários são imprevisíveis.

Para aqueles que são pagos, os ganhos podem variar entre 10 e 10 mil euros por publicação. Uma pesquisa indica que os ganhos médios mensais para “microinfluencers” (1.000 a 10.000 seguidores) são de cerca de 1.300 euros mensais, enquanto para “megainfluencers” (mais de 1 milhão de seguidores) o valor é de 14.300 euros por mês.

As taxas são calculadas com base em premissas como custo de produção de conteúdo e métricas geradas a partir de algoritmos de rede social, que incluem o número de seguidores que um influencer possui, tal como as taxas de publicidade na TV são baseadas no número de espetadores calculados.

A perspicácia financeira é a chave para evitar trabalhar ‘para o boneco’ – de graça. Alguns influencers criam “tabelas de preços” ou “kits de media” com informações importantes para possíveis parceiros corporativos.

“Quando trabalho com marcas ou quando elas me procuram para colaborações, envio-lhes o meu kit de media, com todas as informações – o alcance que tenho, quantas pessoas me seguem, qual a minha taxa de engagement [envolvimento] e os meus preços. É uma forma de me definir nesta plataforma”, explica uma das influencers que participaram no estudo de Sarah Glozer e Hannah Trittin.

2. #Mindset Empreendedor

As 3 regras de ouro de um influencer de sucesso
As redes sociais estão de portas abertas 24 horas por dia. Portanto, manter constantemente relacionamentos com os seguidores e alimentar os algoritmos de rede social significa que influenciar pode parecer um trabalho infindável

Por trás de quase todas as fotos ou vídeos fantásticos está um esforço administrativo e criativo. O aparente glamour de influenciar pode exigir muito esforço, com muito tempo e energia investidos na criação de conteúdo de rede social.

Um influencer explica “as várias funções desempenhadas” – criador de conceito, cenógrafo, estilista, diretor de iluminação, maquilhador, especialista em marketing e fotógrafo – sempre que é necessário “publicitar uma qualquer marca” ou serviço.

Por essa razão, os influencers têm de realizar várias tarefas, criar imagens, vídeos, blogs, podcasts ou até mesmo os seus próprios serviços e produtos.

Os programas de afiliados também são uma forma popular para os influencers ganharem dinheiro com as marcas, pagos quando os seguidores usam um link divulgado para comprar um produto ou serviço. A Amazon, por exemplo, administra os seus próprios programas de afiliados e incentiva os influencers a “selecionarem os melhores produtos e serviços da Amazon, recomendá-los facilmente aos seguidores e ganharem comissões em compras qualificadas”.

Dado este vasto portfólio de tarefas, influenciar o trabalho pode ser implacável. As redes sociais estão de portas abertas 24 horas por dia. Portanto, manter constantemente relacionamentos com os seguidores e alimentar os algoritmos de rede social significa que influenciar pode parecer um trabalho infindável.

A necessidade de estar constantemente ligado tem o seu preço, assim como a rejeição das marcas e as críticas dos seguidores. “Estamos apenas a aprender sobre os problemas de saúde mental que estão por trás dos feeds do Instagram perfeitamente selecionados”, garantem as especialistas autoras do estudo.

3. #Projeto Paixão

As 3 regras de ouro de um influencer de sucesso
“A maioria dos influenciadores de sucesso com quem conversámos começaram as carreiras com um amor genuíno por algo que queriam partilhar com outras pessoas”

Posto isto, por que é que os influencers insistem? “O nosso trabalho sugere que a maioria não começou com o desejo de influenciar outras pessoas, mas de fornecer uma saída criativa para as suas paixões”, explicam Sarah Glozer e Hannah Trittin.

“Podem ser um entusiasta da culinária de Bangladesh que começou a partilhar dicas de restaurantes com os amigos e rapidamente se tornou num crítico gastronómico local. Ou talvez um blogger de viagens britânico que gostava de partilhar fotos de escapadelas românticas e agora responde a encomendas  de conselhos de turismo. Ou podem ser um australiano fanático por fitness que começou a partilhar receitas saudáveis ​​on-line e agora vende e-books nutricionais, suplementos e serviços de treino on-line”, enumeram.

“A maioria dos influenciadores de sucesso com quem conversámos começaram as carreiras com um amor genuíno por algo que queriam partilhar com outras pessoas”, asseguram.

Para eles, influenciar trouxe prazer e realização. A maioria nem sequer se vê como influencer, mas como criador de conteúdo avidamente comprometido com o seu público. “Um influencer riu-se quando nos referimos a ele como influencer, preferindo descrever-se como «apenas uma pessoa normal que gosta de cozinhar».”

Muitos influencers gostaram também do seu sentido de comunidade online, partilhando dicas uns com os outros ou participando em “círculos de envolvimento” onde pudessem ‘gostar’ [colocar ‘like’] e partilhar o conteúdo de outros influencers para aumentar a sua visibilidade. “Houve um forte sentimento de influenciar o trabalho coletivo, de trabalhar em prol de um objetivo comum, o de serem pagos por fazerem um trabalho de que gostam.”

“Descobrimos que ser um influencer de sucesso requer resiliência, habilidades de gestão e paixão”, resumem Sarah Glozer e Hannah Trittin. “Domine tudo isto e talvez um dia também possa tirar aquela selfie numa rede de praia. Com sorte, com algum dinheiro extra para gastar numa bebida gelada no final de mais um dia no ‘escritório’.”

The Conversation

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