Sabia que as moscas vomitam na sua comida?

Descubra o perigo que as moscas domésticas representam para a saúde pública e que podem ser mais perigosos do que a picadela de um inseto.

Sabia que as moscas vomitam na sua comida?

Com um pouco de azar poderá estar a ler este texto enquanto uma mosca voa perto de si. O primeiro pensamento é de que se trata de algo irritante, e bastante invasivo, mas que não irá acabar com uma picadela. E isto é tudo verdade. Por outro lado, estes detalhes levam a que muitos ignorem os reais perigos que escondem as moscas domésticas ou, para sermos mais específicos, os vómitos que deixam em diversos locais, como na comida que irá levar à boca segundos depois.

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O alerta em relação às moscas sinantrópicas (que não picam e vivem ao lado de humanos) chega através de um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Universidade de Massachusetts Amherst, Estados Unidos da América. Os autores do trabalho salientam que estes insetos podem transportar doenças no vómito. Boa parte dos estudos está centrada nas moscas que picam e que podem espalhar doenças no momento em que transferem sangue infetado. Só que este estudo foca-se numa realidade que pode ser muito mais perigosa para a saúde humana: o vómito das moscas que não picam. “As moscas sinantrópicas foram amplamente ignoradas. As moscas que se alimentam de sangue ganharam destaque, mas devemos prestar atenção às que vivem entre nós porque obtêm os seus nutrientes através de pessoas e animais que espalham patogénicos nas lágrimas, fezes e feridas”, refere o autor do estudo John Stoffolano, em declarações citadas pela revista Insects, que publicou o estudo.

“Devemos prestar atenção às que vivem entre nós porque obtêm os seus nutrientes através de pessoas e animais que espalham patogénicos nas lágrimas, fezes e feridas”

Os investigadores dão o exemplo da mosca doméstica, que pode passar o dia de volta de fontes de alimentos que incluem atropelamentos, fezes de animais, lixo podre e esgotos. Sendo que quando se alimenta, a mosca enche a colheita. “A colheita é como um depósito de gasolina. Um espaço para armazenar alimentos antes de chegar ao trato digestivo, onde serão transformados em energia para a mosca”, explica o autor do estudo. Agora, imagine que depois de todas estas rotinas a mosca acaba de volta da sua comida. O que acontece é que o insecto, antes de se alimentar da sua comida, irá vomitar parte desta reserva. Os investigadores salientam ainda que as colheitas das moscas destacam-se por promoverem o desenvolvimento de resistência antibacteriana. O que significa que aquilo que é vomitado na sua comida pode ser resistente a tratamentos e medicamentos que se utilizam de forma regular.

“A nossa saúde depende de prestarmos mais atenção às moscas que vivem connosco”

Em jeito de conclusão, os autores do estudo lamentam que este tema, que consideram bastante grave para a saúde pública, seja alvo de poucos estudos. John Stoffolano refere mesmo que a ciência moderna nem sequer descobriu o “básico”, como é o caso da robustez dos sistemas imunológicos das diferentes moscas sinantrópicas. Ou se estes insetos incubam e estimulam a proliferação de patogénicos nocivos nos seus intestinos ou se apenas são portadores de doenças. Bem como as diferenças entre moscas macho e fêmeas. “A nossa saúde depende de prestarmos mais atenção às moscas que vivem connosco”, conclui.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Shutterstock

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