Só 12% das mulheres em todo o mundo foram testadas para qualquer tipo de cancro

Segundo Índice Mundial da Saúde das Mulheres.

Só 12% das mulheres em todo o mundo foram testadas para qualquer tipo de cancro

Apenas 12% das mulheres no mundo foram testadas para qualquer tipo de cancro em 2021. Esta é uma das conclusões de um dos maiores estudos do mundo sobre a saúde e o bem-estar das mulheres: o segundo Índice Mundial da Saúde das Mulheres, desenvolvido pela Hologic, empresa líder em tecnologia médica inovadora, especialmente focada em melhorar a saúde das mulheres e o seu bem-estar através do tratamento e diagnóstico precoce.

O relatório revela ainda que, ao nível dos cuidados preventivos, mais de 1,5 mil milhões de mulheres em todo o mundo não foram testadas para nenhuma das doenças que mais as afetam, como as cardíacas, cancro, diabetes ou as infeções sexualmente transmissíveis. Dificuldades em encontrar comida e abrigo suficientes, falta de oportunidades educacionais e ameaças à segurança das mulheres são algumas das barreiras aos cuidados preventivos identificadas. Estes fatores contribuem ainda para aumentar as lacunas no bem-estar das mulheres entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, áreas urbanas e rurais, bem como, pessoas mais e menos instruídas.

Portugal encontra-se na 39ª posição do ranking

Todos os 122 países e territórios analisados pelo Índice têm oportunidades significativas para melhorar a saúde das mulheres. A pontuação global média foi de apenas 53, numa escala até 100, a pontuação mais alta foi de 70, para Taiwan, e a pontuação mais baixa foi de 22, para o Afeganistão.

Portugal encontra-se na 39ª posição do ranking, com uma pontuação global de 58 pontos, uma queda face ao ano anterior. Ao nível dos cuidados preventivos, e apesar de se encontrar no top 5 dos países com uma pontuação mais elevada, o país apresenta uma queda de 5 pontos em 2021, quando comparado a 2020. É nos cuidados de saúde individual que Portugal manifesta um pior desempenho, encontrando-se entre os países com maior declínio nesta dimensão, o que significa que as mulheres estão a experienciar mais problemas de saúde ou dores no seu dia-a-dia.

“A falta de progresso e, em alguns casos, o retrocesso justificam um alerta mais urgente para que os líderes mundiais façam mais pelas mulheres, cujo bem-estar sustenta a saúde das famílias, comunidades, sociedades e economias”, disse Steve MacMillan, Chairman, Presidente e CEO da Hologic. “Dados credíveis podem desencadear mudanças genuínas, e esperamos envolver os líderes de todo o mundo no sentido de recorrerem ao Índice para defender o bem-estar das mulheres”.

A Hologic juntou-se à Gallup, uma empresa líder em análise de dados, para criar o Índice Mundial da Saúde das Mulheres. Para esta segunda edição do relatório anual, aproximadamente 127.000 pessoas em todo o mundo – incluindo 66.000 mulheres e jovens com idade igual ou superior a 15 anos – foram inquiridas durante 2021, em mais de 140 idiomas. Este alcance significa que o Índice representa 94% da população feminina mundial.

O Índice oferece uma estratégia para alcançar o progresso mundial para elevar o bem-estar das mulheres. São analisadas cinco dimensões relacionadas com a saúde das mulheres: Cuidados Preventivos, Necessidades Básicas, Perceções de Saúde e de Segurança, Saúde Individual e Saúde Emocional. Em conjunto, estas dimensões contribuem em 80% para a esperança média de vida das mulheres de todo o mundo. Podem ser vistas como forma de orientação para os líderes se concentrarem na deteção precoce e no tratamento de doenças, criando uma rede de segurança mais forte para a satisfação das necessidades básicas da vida, como a alimentação e o abrigo, mantendo as mulheres seguras e investindo mais em recursos que aumentem a igualdade socioeconómica.

As lacunas nestes aspetos básicos trazem desafios que impedem as mulheres de priorizar o seu estado de saúde. Cerca de 85% das mulheres entrevistadas para o Índice acreditam na importância de visitar regularmente um profissional de saúde, mas menos de 60% consultaram um durante o último ano.

“Enquanto médica que trabalha, há décadas, com doentes de diferentes partes do mundo, vi, em primeira mão, como a deteção precoce de doenças faz uma diferença crítica na expetativa e na qualidade de vida das mulheres. Mas quando as mulheres têm que escolher entre obter cuidados de saúde para si mesmas e encontrar a próxima refeição para as suas famílias, provavelmente não irão priorizar a sua saúde”, afirma Dra. Susan Harvey, Vice-Presidente de Assuntos de Saúde Mundiais da Hologic. “É crucial que os decisores políticos vejam os cuidados preventivos enquanto parte de um conjunto de fatores multidimensionais e interdependentes que devem ser abordados de forma holística”.

 

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